terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Bombeiros encontram embarcação, mas vítimas continuam desaparecidas


Coronel Everson Cerdeira revelou que o bote de alumínio teria capacidade para cinco passageiros, mas estava ocupado por 10 pessoas (Foto: Nilzete Franco)

O bote de alumínio que transportava dez passageiros e naufragou na tarde de domingo, dia 10, no Rio Branco, na altura do Jardim das Copaíbas, localizado no Distrito Industrial Aquilino Mota Duarte, foi encontrado na manhã de ontem, 11, por homens do Corpo de Bombeiros, que continuam à procura de três venezuelanos que estão desaparecidos.
A embarcação de pequeno porte estava a cinco metros de profundidade e distante cerca de 500 metros do local do acidente. As vítimas que ainda não foram encontradas são: Elvis Enrrique Lopez Espinoza, 30 anos; Hector Daniel Villarroel Otaiza, 31 anos; e Nelson Jose Lopez, 28 anos.
Em coletiva de imprensa realizada na manhã de ontem, na sede do Comando do Corpo de Bombeiros, o comandante operacional da Capital e do Interior, coronel Everson Cerdeira, explicou que a embarcação é bastante estreita, estava muito danificada e com um buraco na parte da frente e que teria poucas condições de utilização.
“Nós conseguimos retirar a embarcação do fundo do rio. A capacidade da embarcação era para cinco ou seis pessoas, ou seja, estava superlotada. Com informações que colhemos, as pessoas não estavam usando coletes salva-vidas e mais agravante ainda é que estavam supostamente embriagadas”, disse.
Segundo o coronel, todas as vítimas seguiam com destino ao Baixo Rio Branco. As buscas aos desaparecidos foram intensificadas durante todo o dia de ontem, mas esses não foram encontrados. Os bombeiros informaram que têm até 96 horas para fazerem a busca no rio, mas garantem que dependendo das circunstâncias continuarão durante toda a semana tentando encontrar os corpos ou sobreviventes.
As buscas se estenderam até a Serra Grande, tanto pela parte superficial quanto por mergulho, fazendo a procura submersa. A equipe de busca e salvamento é composta por 10 bombeiros militares e têm disponíveis três embarcações. Nos históricos de busca e salvamento, geralmente os corpos são encontrados no local, mas todas as ocorrências dependem das condições do rio.
Quando questionado sobre a fiscalização de quem usa o Rio Branco como meio de transporte, Cerdeira ressaltou que a Marinha deveria fazer as fiscalizações nos transportes fluviais. “Quando nós verificamos que as embarcações estão muito danificadas, nós retiramos da água, impedindo que trafegue, mas não é nossa competência. É uma competência da Marinha do Brasil”, reforçou o comandante.
O coronel esclareceu que os bombeiros fazem um trabalho de prevenção por meio de orientações. “Nós temos algumas equipes que ficam sextas, sábados e principalmente nos domingos fazendo esse percurso nas praias e orientando os banhistas a não nadarem quando ingerirem bebida alcoólica, que nas embarcações sejam utilizados coletes salva-vidas e também nós temos o pessoal de guarda-vidas na Praia Grande e nas praias do Caçari e Cauamé. Nossa preocupação maior é a de prevenir, orientar as pessoas a fim de evitarem esse tipo de acidente”, informou.
Outra orientação do Corpo de Bombeiros é o cuidado que os condutores de embarcações precisam ter, uma vez que o canal do Rio Branco muda constantemente em decorrência dos bancos de areia que se movimentam a todo instante. Quanto ao condutor da embarcação, ainda está sendo investigado se ele seria ou não habilitado.
ESTATÍSTICAS – Conforme os números do Corpo de Bombeiros Militar de Roraima (CBMRR), só em 2017, 30 pessoas morreram vítimas de afogamento. O número é o triplo do registrado em 2016 (10 casos). Em 2015, 12 pessoas perderam a vida em rios no Estado.
O CASO – Uma embarcação de pequeno porte naufragou na tarde de domingo no Rio Branco. Dez pessoas estavam a bordo, sendo o piloto brasileiro e os demais venezuelanos. Após o resgate, o piloto do barco foi levado para a Central de Flagrantes do 5o DP, juntamente com os passageiros que conseguiram sair da água, para prestarem esclarecimentos à autoridade policial. Depois de serem ouvidos foram liberados, mas o caso continua sendo investigado pela Polícia Civil e outras oitivas podem acontecer nos próximos dias. (J.B)

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