O senador José Agripino Maia, líder do Democratas no Senado da
República e principal líder do partido aqui no Estado, tem desprendido
muito esforço para afastar do DEM as acusações e suspeitas de atos
criminosos atribuídos ao governador José Roberto Arruda e uma penca de
filiados ao partido no Distrito Federal.
Não tem sido fácil.
Afinal, o mensalão de Arruda está colado ao DEM do mesmo jeito que o
mensalão do Delúbio e do Zé Dirceu colou-se à imagem do Partido dos
Trabalhadores em 2005, ocasião em que José Agripino deitou e rolou
contra os petistas no plenário do Senado.
Para marcar uma
diferença em relação ao PT e outros partidos que amargaram acusações de
corrupção, José Agripino tem dito que o Democratas agiu de maneira
diferente com os seus filiados caídos em desgraça. Desde o início da
crise, Agripino tem defendido o afastamento, a expulsão e, agora no
caso de Paulo Octávio, a renúncia dos que estão envolvidos no escândalo.
José
Agripino faz isso de maneira corajosa porque ninguém sabe o que José
Roberto Arruda pode revelar na relação que o governo do Distrito
Federal teve com o Democratas nos anos em que tudo corria bem.
Nessa
época, Arruda chegou a desembarcar em Natal como a principal estrela do
Democratas na festa dos 30 anos de vida pública de José Agripino.
O
senador potiguar parece não temer qualquer tipo de declaração
constrangedora do ainda governador do Distrito Federal. Agripino tem se
mostrado firme e contundente no posicionamento da legenda.
E aí
prevalece o institinto de sobrevivência do senador potiguar, candidato
à reeleição numa disputa dura contra Garibaldi Filho e Wilma de Faria,
e tendo que coordenar a campanha da colega Rosalba Ciarlini ao Governo
do Estado.
O medo da contaminação no rastro do mensalão do DEM é
o que move José Agripino nessa estratégia política de afastar seu
partido do epicentro da crise institucional que paralisa Brasília,
ameaçada por uma intervenção federal.
De norte a sul do país,
políticos do Democratas são questionados pela ação da quadrilha
comandada por Arruda no DIstrito Federal. Isso tira votos em ano de
eleição.
Deve ser por isso que a senadora Rosalba Ciarlini tem
se mostrado calada, longe das câmeras e microfones, para não sofrer
desgastes políticos com o mensalão do DEM.
José Agripino foge do
escândalo na capital federal como o diabo foge da cruz. E conviver com
o capeta, nas suas diversas formas, é fogo. O cara costuma sair
bastante queimado.
Por enquanto, o capeta do Distrito Federal
está preso na "garrafa" da Polícia Federal. Fica a expectativa para
saber quais serão suas estripulias quando for liberado. Muitos no DEM
devem rezar para Arruda segurar a língua. Senão, vai ser um inferno.
fonte:NM
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