O
Democratas enfrenta a maior crise de sua história no país, perdendo o
único governador da legenda, o vice-governador do Distrito Federal e
dissolvendo o diretório no local onde o partido foi mais. Foi. Agora, a
força do Democratas se concentra no Rio Grande do Norte, que é onde o
partido tem a maior esperança de conseguir a eleição de um governador,
com a senadora Rosalba Ciarlini. Enquanto especialistas apontam para o
enfraquecimento do partido, a legenda em terras potiguares segue
angariando apoios e vem cada vez mais forte para a eleição deste ano,
trazendo cada vez mais aliados da base de Lula para a oposição.
Em
matéria veiculada no portal UOL, especialistas da Universidade de
Brasília, Fundação Getúlio Vargas e do Instituto Brasileiro de Estudos
Políticos declararam que a tendência é que o DEM perca ainda mais
espaço do que nas eleições anteriores, quando passou dos 105 deputados
federais no fim do governo de Fernando Henrique Cardoso para 65 na
eleição de 2006, contando atualmente com apenas 56 parlamentares –
graças também à saída dos deputados que preferem sempre permanecer na
base governista. E o cenário para os cargos majoritários também não é
bom.
Entre os estados com pré-candidatos mais fortes do
Democratas, o Pará (Valéria Pires), Mato Grosso (Jayme Campos),
Tocantins (Kátia Abreu) e Santa Catarina (Raimundo Colombo) são onde o
DEM aparece com candidaturas competitivas, mas que não ocupam a
liderança nas pesquisas. A única dianteira do partido ocorre no Rio
Grande do Norte, onde Rosalba Ciarlini continua com folga em relação
aos adversários, Carlos Eduardo (PDT) e Iberê Ferreira (PSB). No
estado, inclusive, não se vê resistência ao apoio a Rosalba devido aos
escândalos do DEM do Distrito Federal, que resultou até no fim do
diretório do partido no local. O que se observa, ao contrário do que
fariam crê os escândalos dentro do partido, são cada vez mais líderes
aderindo à candidatura da “Rosa”.
O
primeiro foi o senador Garibaldi Filho (PMDB). O ex-presidente do
Senado, que contou com o apoio do presidente Lula durante o período que
comandou o Congresso, disse ao próprio petista que não iria apoiar um
candidato da base aliada no Rio Grande do Norte por ter preferência e
afinidade com Rosalba Ciarlini. Além disso, também circulou na imprensa
a informação de que Garibaldi vê na aliança com Rosalba uma
possibilidade maior de conseguir sua reeleição. Mas não demorou para a
atitude ser acompanhada por outros líderes.
Recentemente, o presidente da Assembleia Legislativa, Robinson
Faria (PMN), rompeu oficialmente com a base de Wilma de Faria no estado
e aceitou o convite para ser vice na chapa encabeçada por Rosalba
Ciarlini, levando com ele uma forte bancada de prefeitos e deputados
estaduais, além do deputado federal Fábio Faria (PMN). Caminho
semelhante também deve ser seguido pela prefeita de Natal Micarla de
Sousa, que ainda não divulgou o posicionamento do PV para a eleição,
mas já transcorrem discussões para que um membro do PV seja indicado
como suplente de José Agripino (DEM) na chapa como senador. No entanto,
uma das notícias mais surpreendentes foi o anúncio de que o suplente de
deputado estadual Vivaldo Costa (PR) também seguiu para a base de
Rosalba.
Aliado
de primeira hora da governadora Wilma de Faria, Vivaldo exerceu o
mandato de deputado estadual quase que em sua plenitude, uma vez que o
governo manteve sempre no Executivo algum dos parlamentares que
compuseram a coligação do “Papa”, como é chamado o suplente de
deputado. Entretanto, assim que o deputado Raimundo Fernandes (PMN)
deixou a função de secretário de Articulação com os Municípios, Vivaldo
anunciou que vai apoiar a candidatura de Rosalba. Um dos supostos
motivos foi o vácuo que haveria na região Seridó e, se apresentando
deputado aliado de Rosalba, o Papa teria mais chances de recuperar a
vaga na Assembleia.
Com a candidatura de Rosalba ao governo, a
de Agripino ao Senado e fortes quadros para disputarem vagas na
Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados, o Democratas do Rio
Grande do Norte pode ser um dos poucos lugares do Brasil onde o DEM
terá sucesso na eleição. Ao contrário do que alguns especialistas
acreditavam, o Rio Grande do Norte ainda não sente os efeitos do
“Mensalão do DEM” – e a aposta de boa parte da classe política é que
assim permanecerá.
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