"Parabéns
ao povo brasileiro", afirmou o vice-presidente do Senado, Marconi
Perillo (PSDB-GO), ao anunciar, às 18h15 desta terça-feira (19), a
aprovação unânime do Projeto Ficha Limpa. O resultado (76 votos
favoráveis e nenhum contrário) marcou o desfecho de uma luta de 1,6
milhão de brasileiros que colocaram suas assinaturas numa iniciativa
popular do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral.
O projeto, que altera a Lei das Inelegibilidades
(64/90), barra candidaturas de políticos condenados em decisão colegiada
pela prática de crimes como corrupção, abuso de poder e compra de voto,
entre outros. Também obriga a Justiça eleitoral e o Ministério Público a
darem prioridade aos processos envolvendo políticos.
À noite, Marconi Perillo anunciou ao Plenário o envio
do PLC 58/10 à Presidência da República, para sanção. A expectativa é
que as novas regras de inelegibilidade sejam aplicadas às eleições deste
ano.
Celeridade
Durante a votação, acompanhada pelo relator do
projeto na Câmara, deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), muitos
senadores destacaram a celeridade da decisão. Afinal, o Senado teve
apenas uma semana para examinar o projeto na Comissão de Constituição,
Justiça e Cidadania (CCJ) e no Plenário.
O
próprio presidente da CCJ, Demóstenes Torres (DEM-GO), deu parecer sobre
a proposta e, embora tenha identificado falhas, evitou emendas quanto
ao mérito da matéria, o que forçaria o seu retorno à Câmara. Aceitou
apenas emendas de redação do senador Francisco Dornelles (PP-RJ),
visando, como disse, "harmonizar o texto".
Pauta
A pauta
obstruída por medidas provisórias e pelos projetos do pré-sal era o
principal obstáculo à votação do Ficha Limpa, removido por decisão de
Marconi Perillo sobre questão de ordem do líder do PSDB, Arthur Virgílio
(AM): o presidente do Senado tem poder para convocar sessão
extraordinária, ouvidos os líderes partidários, destinada a votar
projetos, mesmo que a pauta da sessão ordinária da Casa esteja trancada
por medidas provisórias ou por projetos que tramitam em urgência
constitucional.
Depois de submeter sua decisão
ao Plenário da Casa, que a aprovou por unanimidade, o vice-presidente do
Senado abriu a sessão extraordinária destinada à votação do projeto.
Autor de projeto semelhante aprovado pelo Senado e enviado à Câmara, o
senador Pedro Simon disse que a Casa antes tinha "mil razões" para não
aprovar o PLC 58/10.
- Mas, quando o
presidente [do Senado] quer, quando os líderes querem, quando a Casa
quer, quando o povo exige, vota-se, e estamos votando. Por unanimidade!
Veja
mais sobre a votação do Ficha Limpa
Nenhum comentário:
Postar um comentário