O resultado preliminar da segunda fase da Campanha Nacional de Vacinação
contra Poliomielite mostra que, até as 17h30 do sábado (14), as
Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde haviam informado ao
Ministério da Saúde 7.154.830 crianças vacinadas em todo o Brasil. Este
número é parcial e sofrerá alterações, à medida que os estados e
municípios atualizem o banco de dados do Ministério da Saúde.
“O
número muda a todo instante. Isso ocorre porque a digitação dos dados
no sistema não ocorre no mesmo momento em que a criança recebe a
gotinha. É comum que as equipes de profissionais de saúde comecem a
digitar os dados depois que a vacinação termina”, explica a coordenadora
do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Carmem
Osterno. A previsão é que o resultado final da campanha seja divulgado
até o fim de agosto.
“Se os pais ou responsáveis, por algum
motivo, não puderam levar as crianças, não há motivo para preocupação.
Basta ir à unidade de saúde mais próxima, porque a vacina contra a pólio
está disponível na rede pública de saúde em todo o país”, explica
Carmem Osterno.
Neste sábado, pais e responsáveis levaram
crianças menores de cinco anos aos cerca de 115 mil postos de vacinação.
A meta é imunizar 14,6 milhões de crianças, representando 95%, meta
mínima exigida, dos menores de cinco anos. Para isso, foram distribuídos
24 milhões de doses da vacina. No total, somando as duas etapas, foram
distribuídos 48 milhões de doses. A primeira fase da campanha, realizada
em 12 de junho, imunizou 14 milhões de crianças.
O investimento
do Ministério da Saúde, nas duas fases da campanha, foi de R$ 40,9
milhões – sendo R$ 20,8 milhões para comprar vacinas e R$ 20,1 milhões
em repasses para as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde,
parceiros do Ministério na realização da campanha.
BRASIL SEM PÓLIO
– A estratégia adotada pelo Brasil, de realizar campanhas nacionais
anuais, divididas em duas etapas, com intervalo de dois meses entre as
doses, contribuiu para que o país eliminasse o vírus da poliomielite.
Desde 1989, não são registrados casos da doença em território nacional.
Em 1994, o Brasil recebeu da Organização Mundial de Saúde (OMS) a
certificação internacional de erradicação da transmissão da
poliomielite.
Segundo Carmem Osterno, apesar do Brasil não
registrar casos há mais de vinte anos, a doença ainda é comum em outras
partes do mundo. A imunização previne contra os riscos de importação de
casos provenientes de outros países que ainda registram casos da doença,
principalmente dos que têm relações comerciais ou registram um fluxo
migratório com o Brasil, como é o caso de alguns países africanos e
asiáticos.
De acordo com a OMS, 26 países ainda registram casos
de poliomielite. Desses quatro são endêmicos, ou seja, possuem
transmissão constante: Afeganistão, Índia, Nigéria e Paquistão. Outros
22 países têm registro de casos importados: Tajiquistão, Angola, Chade,
Sudão, Uganda, Quênia, Benin, Togo, Burkina Faso, Níger, Mali, Libéria,
Serra Leoa, Mauritânia, Senegal, República Centro Africana, Costa do
Marfim, República Democrática do Congo, Nepal, Guiné, Camarões e
Burundi.
SOBRE A VACINA – Oferecida
gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a vacina contra a
paralisia infantil é administrada via oral, em gotas, e está disponível
durante todo o ano nos postos de saúde para a imunização de rotina. Pelo
calendário básico de vacinação, os bebês devem receber a vacina aos
dois, quatro e seis meses. Aos 15 meses, as crianças recebem o primeiro
reforço. Porém, é importante que todas as crianças menores de cinco anos
(de 0 a 4 anos 11 meses e 29 dias) tomem as duas doses da vacina
durante a Campanha Nacional, mesmo que já tenham sido vacinadas
anteriormente.
A vacina não apresenta contra-indicações. Porém,
recomenda-se que as crianças que estejam com febre acima de 38º ou com
alguma infecção sejam avaliadas por um médico antes de receberem as
gotinhas. A vacina também não é recomendada para crianças que tenham
problemas de imunodepressão (como pacientes de câncer e aids ou de
outras doenças que afetem o sistema imunológico, de defesas do
organismo).
A poliomielite é uma doença infecto-contagiosa
grave. Na maioria das vezes, a criança não morre quando é infectada, mas
adquire sérias lesões que afetam o sistema nervoso, provocando
paralisia, principalmente nos membros inferiores. A doença é causada e
transmitida por um vírus (o poliovírus) e a contaminação se dá
principalmente por via oral.
Do Portal da Saúde
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