Cala-se o “CANTO DA GRAÚNA DO SERIDÓ”! O
canto diário no rádio, clamando por justiça! O canto mais aos ouvidos
dos desprovidos de segurança; dos ouvidos sem o áudio da Ação do Estado!
Cala-se a Graúna, abatida por sopros
queimantes saídos de bocejos manuseados por mãos intolerantes e corações
ausentes de amor! Sopros de chumbo e pólvora que tiram vidas e abalam
vidas ficantes: “as vidas dos filhos; esposa; mãe e amigos da Graúna do
Seridó que têm de se consolar no afago do choro e da dor…”.
Cala-se a Graúna do Seridó – companhia
nossa no horário do almoço – no fazer senti de nossa audição, na faixa
1290! Cala-se porque o mundo da escuridão, que não gosta da companhia do
sol nem da lua; que não se abstrai com o brilho das estrelas e não é
receptivo ao canto dos pássaros, sente-se incomodado com a voz da
liberdade – melodia ensinada pelo Filho de Deus – o hino cívico e
cotidiano da Graúna do Seridó!
Cala-se a Graúna do Seridó! Mas no
último adeus ao seu canto, uma multidão de sons bons, até então nunca
visto na Caicó Grande, afirmara nos gestos emanados de seus corações o
compromisso de ser a continuidade de sua voz e do bater de suas asas!
Afirmaram nos acenos de mãos! Nos choros
incontidos! Nos buzinaços de carros e motos! Nas salvas de palmas! Nos
olhares fixos no cortejo da gaiola escolhida pelo Altíssimo para
transportar nossa Graúna ao Reino dos Céus! E no trajeto estiveram
presentes os bons!
Já o mundo escuro se fizera ausente ao
momento inesquecível na História da Cidade. Porque fora o mundo escuro o
causador de tanta dor! O mundo de maus pequeno, que só se faz existir
na escuridão das trevas, na parte mais baixa onde habita o cime. O mundo
que queremos nossos filhos longe dele, como assim o quisera nossa
GRAÚNA DE CANTO ÚNICO – NOSSO F. GOMES!
Gilberto Costa
Gilberto Costa
Nenhum comentário:
Postar um comentário