Fábio Cortez/DN/D.A.Press
A sabedoria do homem do campo, em muitos casos, ultrapassa os avanços tecnológicos. Em Assu, a 206km de Natal, os agricultores já sabem que são dois anos de cheia e um de seca. Marcados pelos prejuízos da última enchente, em 2008, os moradores já esperam os danos para este ano. Os estragos de três anos atrás, em sua maioria, não foram sanados. O Rio Piranhas/Açu continua assoreado, com pontes e acessos destruídos. Agricultores não tem recursos para novas plantações e tem medo de perder tudo outra vez.
“A pior de todas foi 2008. E deve ter enchente de novo esse ano”, declarou o agricultor Manoel Fonseca, 68, morador da região de várzea de Assu. Na última enchente ele perdeu plantações de várias culturas, conseguiu salvar o gado, que mandou para outras terras com antecedência, tirou as cabras com ajuda de uma canoa, ficou sem móveis e ainda teve a estrutura da casa danificada. Recebeu duas cestas básicas do governo federal, mais duas da prefeitura e sete meses sem pagar energia, benefício concedido pelo governo do estado. “Tinha oito mil pés de banana e perdi. Até hoje não recuperei”.
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