As mortes de duas mulheres no decorrer de cirurgias de lipoaspiração -
uma delas na semana passada -, deixou a classe médica do Rio Grande do
Norte preocupada. Diante dos incidentes, os cirurgiões do estado se
reuniram, no último sábado, para analisar as possíveis causas das
mortes. Segundo o cirurgião Marco Almeida, membro titular da Sociedade
Brasileira de Cirurgia Plástica, um novo encontro deverá acontecer hoje,
desta vez com a participação dos anestesistas. O objetivo é levantar os
detalhes sobre as cirurgias que resultaram nas mortes, as condições
hospitalares, o fornecimento e a qualificação dos medicamentos usados
nos procedimentos.
Marco Almeida é membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Foto: Joana Lima/DN/D.A Press |
O
médico que esteve à frente das duas cirurgias é José Manoel Pereira de
Freitas. O primeiro caso aconteceu no dia 12 de maio, quando a
cabeleireira Neusilene Odete da Silva, de 39 anos, faleceu durante a
realização de uma lipoaspiração, no Natal Hospital Center. No atestado
de óbito de Neusilene consta que ela sofreu um choque anafilático,
reação provocada pela anestesia. Já a segunda morte aconteceu no dia 15
de junho e a cirurgia também foi realizada no Natal Hospital Center. O
médico responsável pelas duas cirurgias, José Manoel Pereira de Freitas
declarou, em entrevista ao Diário de Natal, que está abalado com a
repercussão dos casos, mas que só pretende falar sobre as mortes quando
os laudos cadavéricos forem divulgados.
Nos dois casos,
observa-se que as pacientes são cabeleireiras e há uma hipótese de que
as duas podem ter sofrido um choque anafilático em virtude de uma reação
alérgica ao látex - elemento contido em materiais hospitalares que pode
ter reagido aos produtos químicos utilizados pelas pacientes nos
salões. "Mas isso são especulações. Não temos como provar. Elas fazem
parte de um grupo de risco, mas é preciso estudar com calma. Vamos
analisar a estrutura hospitalar e as drogas usadas nos procedimentos. Em
25 anos de profissão nunca presenciei pessoas terem choques
anafiláticos, mas causam quedas bruscas de pressão e parada cardíaca.
São reações graves que nem sempre respondem aos medicamentos", explicou o
cirurgião.
Marco Almeida destaca que a classe médica está
mobilizada para esclarecer os casos e tranquilizar a população. "Nenhum
procedimento é isento de riscos. Essa cirurgia é feita diariamente, em
várias clínicas. Esses dois casos foram fatalidades", disse o cirurgião.
Do DN
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