terça-feira, 5 de julho de 2011

Operação resulta na prisão de coronel, major e 9 soldados da PM

Uma operação desencadeada na manhã de ontem pela polícia e Ministério Público Estadual (MP) resultou na prisão de 12 policiais militares e três empresários - dentre eles um sargento, um major e um tenente-coronel - nas cidades de Assu, Mossoró, Pendências e Paraú. A ação foi baseada em nove meses de uma investigação conjunta feita pela própria Polícia Militar e por um grupo de promotores de Justiça, que descobriu um esquema de pagamento de propinas em troca de serviços de segurança para empresas privadas.


Comandante-geral, coronel Araújo explica que acusados usavam estrutura da corporação para segurança privada Foto: Fábio Cortez/DN/D.A Press
Denominada "Batalhão Mall", a operação envolveu mais de 80 homens e 11 promotores e cumpriu todos os mandados de prisão que haviam sido previamente expedidos, além de seis mandados de busca e apreensão. O nome da ação faz referência à "venda" dos serviços realizados pelos policiais, lotados 10º Batalhão da PM (baseado em Assu), em troca da propina que teria sido paga pelos empresários. A investigação flagrou homens desse batalhão usando viaturas e armas da Polícia Militar, além de estarem fardados, em escoltas a pessoas que realizavam serviços bancários para lojas e segurança de postos de combustíveis de Assu, além de segurança 24 horas em alguns locais.

Dentre os presos, está o tenente-coronel que comandava o 10ª BPM, o major responsável pela companhia de polícia de João Câmara e nove soldados. Alguns deles também foram flagrados retirando combustível das viaturas para carros particulares dentro do próprio batalhão. Segundo o comandante-geral da PM, coronel Francisco Canindé de Araújo, a investigação aponta inúmeras falhas dos policiais. "Há vários indícios e provas de que os policiais estavam utilizando a estrutura da Polícia Militar em favorecimento próprio, o que é crime", explicou ele. Ainda de acordo com o coronel Araújo, a sessão de inteligência da PM também participou dos nove meses de investigação, juntamente ao Ministério Público.

Dentre as acusações apontadas pelo Ministério Público na operação, através dos promotores de justiça que compõem o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime (Gaeco) e o Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial (Nucap), estão corrupção passiva e ativa, utilização da máquina pública e escolta ilegal, transporte irregular de valores. Os mandados de justiça cumpridos na operação foram expedidos pela Auditoria Militar do Estado, órgão ligado à PM, e pela Vara Criminal de Assu.

Batalhão mall - presos:

- Rodolfo Leonardo Soares Fagundes De Albuquerque, dono de posto de combustível;

- Pedro Gonçalves Da Costa Junior, supervisor geral da rede da Nossa Agência;

- Erinaldo Medeiros De Oliveira "Bebé", dono de posto de combustível em Assu;

- Wellington Arcanjo De Morais, tenente-coronel da Polícia Militar e comandante do 10º BPM;

- Carlos Alberto Gomes De Oliveira, major da Polícia Militar e ex-subcomandante do 10º BPM;

- Francisco Xavier Leonez, sargento da Polícia Militar;

- Manoel Xavier Leonez, soldado da Polícia Militar;

- Jocélio Sandro Bezerra, soldado da Polícia Militar;

- Emerson Dantas Lopes, soldado da Polícia Militar;

- Francine Nogueira Da Silva Júnior, soldado da Polícia Militar;

- Glauco Vasconcelos De Morais, soldado da Polícia Militar;

- Dário Martiniano Bezerra Filho, soldado da Polícia Militar;

- Demétrio Rebouças Torres, soldado da Polícia Militar;

- Iukatan Jefferson Da Silva, soldado da Polícia Militar;

- José Nilton Dos Santos, soldado da Polícia Militar.

DN

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