Além das 40 horas já praticadas, médicos poderão ser contratados
para atender por 30 ou 20 horas semanais; medida ajudará a fixar
profissionais em regiões onde há carência.
Com o objetivo de levar o Saúde da Família a mais pessoas no país, o
Ministério da Saúde ampliou as opções de contratação de médicos para
atuar na estratégia. A medida beneficia principalmente os municípios em
áreas remotas. Além das 40 horas semanais, os gestores municipais
poderão contratar médicos para prestar atendimento com carga horária de
30 ou 20 horas por semana. A portaria faz parte da reestruturação da Política Nacional de Atenção Básica e foi publicada, quinta-feira (25), no Diário Oficial da União.
“A medida é um aprimoramento da estratégia, com olhar na capacidade
da fixar de médicos, combinada com a diversidade de cada município e
região. A composição de cada equipe de Saúde da Família pode ter perfis
diferentes na relação horária dos médicos. O nosso objetivo, portanto, é
garantir o compromisso com os resultados e o vínculo desse profissional
de saúde. Isso não só com seus pacientes, mas com o território daquela
Unidade Básica de Saúde”, avalia o ministro da Saúde, Alexandre
Padilha.
A composição da equipe de Saúde da Família permanece a mesma: um
médico, um enfermeiro, um técnico ou auxiliar de enfermagem e até 12
agentes comunitários de saúde, independente da modalidade de contratação
escolhida. Com a decisão, o médico poderá participar de, no máximo,
duas equipes de saúde, desde que não ultrapasse a carga horária total de
40 horas semanais. A adequação do Ministério da Saúde reforça a
estratégia de abrangência nacional da Política Nacional de Atenção
Básica.
“Estamos possibilitando às equipes outros formatos de inserção do
médico, sem reduzir a quantidade de horas por habitante e também a
qualidade do atendimento”, explica o diretor de Atenção Básica do
Ministério da Saúde, Hêider Pinto.
MODALIDADES –O incentivo mensal do Ministério da Saúde
para a implementação de uma equipe completa pode chegar a R$ 14 mil.
Com a nova portaria, o financiamento por equipe varia de 60% a 100% do
repasse. O valor será definido de acordo com o número de profissionais
médicos e carga horária
Este mesmo critério será utilizado para definir a participação no
Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica
(PMAQ-AB), instituído em julho pelo Ministério, e que oferece uma série
de incentivos financeiros. Esses benefícios estão atrelados ao padrão de
qualidade e acesso aos serviços pela população, definidos pelo
programa. Os recursos destinados pelo Ministério da Saúde aos municípios
podem até duplicar, conforme o desempenho das equipes.
ASSISTÊNCIA– O Brasil tem 32.029 mil equipes de saúde
da família, responsáveis por uma cobertura de mais de 101 milhões de
pessoas em todo o território nacional. Cada equipe é responsável por uma
população de 3,5 mil a 4 mil habitantes, ou mil famílias. Elas
desenvolvem ações de promoção da saúde, prevenção, recuperação,
reabilitação de doenças e agravos mais frequentes, e manutenção da saúde
das pessoas atendidas. Com a atenção básica de qualidade, até 80% dos
problemas de saúde da população podem ser resolvidos.
Paula Rosa, da Agência Saúde
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