Brasília (ABr) - A Justiça Federal no Ceará deu prazo de 72 horas ao 
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) para que 
se manifeste sobre o pedido do Ministério Público Federal no estado de 
anulação total ou parcial das provas do Exame Nacional do Ensino Médio 
(Enem) aplicadas no último fim de semana. O MPF-CE propôs, na 
quinta-feira, uma ação civil pública pedindo que o Enem fosse cancelado 
ou que as questões que vazaram na fase de pré-teste do exame por meio de
 apostila distribuído pelo Colégio Christus, de Fortaleza, fossem 
anuladas. O juiz federal Luiz Praxedes Viera da Silva só se manifestará 
após o prazo estipulado, que termina na manhã de segunda-feira. O MEC e o
 Inep informaram que já estão preparando a defesa e entregarão as 
informações no prazo determinado pela Justiça.
O pedido de 
anulação foi feito após a notícia de que estudantes do colégio cearense 
receberam uma apostila, semanas antes da prova do Enem, com 14 questões 
idênticas às do exame nacional. Os itens fizeram parte de um pré-teste 
do Enem, do qual alunos do Christus participaram em outubro de 2010. De 
acordo com o procurador, como os alunos tiveram acesso antecipado às 
questões, o exame deveria ser anulado porque houve violação do princípio
 da isonomia.
O pré-teste é feito pelo Inep para avaliar se as 
questões em análise são válidas e qual é o grau de dificuldade de cada 
uma. Os cadernos de questões do pré-teste deveriam ter sido devolvidos 
após a aplicação e incinerados pelo Inep. A Polícia Federal investiga se
 houve fraude na aplicação do pré-teste. O Ministério da Educação 
decidiu cancelar as provas do Enem dos alunos do Christus. Eles terão 
uma nova chance de fazer o exame no fim de novembro.
O MEC  
confirmou que as 14 questões  foram copiadas de dois dos 32 cadernos de 
pré-teste do  Enem aplicado no ano passado na mesma escola. Essas mesmas
 questões foram cobradas na prova do Enem ocorrida no último fim de 
semana. Os candidatos da instituição terão que refazer a prova por 
determinação do MEC.
Segundo dados levantados pelo Instituto 
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), 91 estudantes da 
instituição participaram, em outubro do ano passado, da fase de 
pré-teste do Enem. O pré-teste dos itens é feito pelo Inep para avaliar 
se as questões em análise são válidas e qual é o grau de dificuldade. 
Depois de aprovadas, elas são incluídas em um banco de itens utilizado 
para montar a prova. De acordo com o MEC, nenhum dos cadernos aplicados 
aos alunos do Christus foi extraviado, mas os técnicos do Inep 
constataram que as questões contidas nas apostilas são cópias do 
material aplicado em 2010. O MEC, entretanto, ainda não esclareceu como o
 material foi copiado.
"Constatou-se, portanto, que as questões 
não são de domínio público, nem muito menos que as questões do pré-teste
 tenham sido memorizadas pelos estudantes", disse o ministério por meio 
de nota. As escolas que vão participar do pré-teste do Enem são 
escolhidas por sorteio. Segundo o MEC, os alunos foram informados apenas
 de que se tratava de um pré-teste para o Banco Nacional de Itens do 
Inep, que auxiliaria nas avaliações aplicadas pelo órgão.
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