sexta-feira, 18 de maio de 2012

Governo está há dois meses sem o secretariado completo

Da TN
A contar do pedido de demissão do advogado Fábio Holanda da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc), em março, o Governo Rosalba Ciarlini (DEM) está há dois meses com a equipe de auxiliares de primeiro escalão incompleta. À vaga aberta na Sejuc, somaram-se em rápida sucessão mais dois desfalques: dia 17 de março no Turismo, com a saída do empresário Ramzi Elali; dia 03 de maio na Saúde, com a exoneração do médico Domício Arruda. O não preenchimento no comando dessas Secretarias acabou por reforçar as críticas sobre "um sentimento de paralisação na administração estadual".  A substituição dos nomes, em um governo que ainda tem dois anos e meio de mandato pela frente, não tem se mostrado fácil. Vários profissionais sondados para as  funções declinaram dos convites. O que é surpreendente, na opinião do consultor político e de comunicação Gaudêncio Torquato, é uma administração que ainda não chegou ao segundo ano ter este tipo de dificuldade.
DivulgaçãoAugusto Peres chegou a aceitar o convite, mas diante das resistências governo não pediu a liberaçãoAugusto Peres chegou a aceitar o convite, mas diante das resistências governo não pediu a liberação

O consultor e professor da USP na área de Comunicação Política, Gaudêncio Torquato, classificou a situação do Governo Rosalba Ciarlini como preocupante. "Nunca vi. Parece que o governo não é mais ímã. Antigamente diziam que o governo era ímã, atraía todo mundo. Neste caso, parece que é todo mundo correndo com medo", opinou Torquato.

O professor parece ter razão, a considerar os ruídos gerados no seio do próprio Governo que dão conta de descontentamento de auxiliares do primeiro escalão. A atual secretária da Sesap, Dorinha Burlamaqui, por exemplo, tem confidenciado a pessoas próximas que não tem intenção de permanecer como titular da pasta. E mais: ela quer um desfecho rápido para a Secretaria e tem pressionado a cúpula do Governo a encontrar uma solução breve para o impasse. Mas nem precisava.

Rosalba Ciarlini tem se empenhado para recompor sua equipe. Somente no caso da Sesap quatro convites foram recusados - o oncologista Marcos Leão; o diretor do Hospital Onofre Lopes, Ricardo Lagreca; e o presidente da Unimed/Natal, Antônio Araújo; e o coordenador da Samu, Luiz Roberto Fonseca. Além da Saúde e Sejuc, o Governo enfrenta problemas ainda na Secretaria de Turismo (Setur), que está ocupada pelo secretário em exercício, Luiz Eduardo Bulhões. O Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária do RN (Idiarn), também esta nas mãos da adjunta, Vera Lúcia de Paiva. As mudanças que Rosalba Ciarlini pretende realizar no Governo  estão sendo discutidas pelo Conselho Político, que é composto pelos deputados Henrique Alves e João Maia, o ministro Garibaldi Alves, o senador José Agripino e o ex-deputado Carlos Augusto Rosado. O marido da governadora foi o único a aceitar o convite para compor o primeiro escalão - ele deve ser o novo chefe do Gabinete Civil.

Com as dificuldades para encontrar nomes que somariam na nova equipe, a chefe do Executivo acabou mantendo em alguns cargos a prata da casa, que era dada como carta fora do baralho. É caso de Obery Rodrigues, que deixaria a Secretaria de Planejamento e Finanças (Seplan) se o engenheiro Jaime Mariz tivesse aceitado o convite; e Alexandre Mulatinho, que permanece na Secretaria de Comunicação após umas investidas sem sucesso da governadora. Um outro nome que deve permanecer no Governo é o de Anselmo Carvalho, que deverá ser o adjunto de Carlos Augusto Rosado no Gabinete Civil.

Nomeação de Peres está descartada

O promotor de Defesa do Consumidor, José Augusto Peres, não vai assumir a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc) e passa a figurar a lista dos convites não aceitos pela governadora Rosalba Ciarlini. A negativa, no entanto, não foi por razões pessoais. O veto, neste caso, partiu do próprio Ministério Público, que não autorizou a saída do promotor para compor um cargo no primeiro escalão do Executivo. Augusto Péres havia se manifestado no sentido de que tinha interesse em aceitar o desafio e chegou a externar, por meio do microblog twitter, que em outras localidades membros do MP deram contribuição a outros Poderes se não via problema se o mesmo ocorresse no Rio Grande do Norte.

O obstáculo, neste caso, foi o procurador geral do Ministério Público, Manoel Onofre Neto, e o Conselho Superior do órgão, que trataram de avisar antecipadamente a negativa ao pedido. Por causa desse posicionamento a governadora Rosalba Ciarlini desistiu de requerer a liberação do promotor. Até o início desta semana, quando Onofre Neto chegou de viagem, a democrata e Augusto Péres continuavam mantendo conversas acerca da possível acerto de contas. Na chegada do procurador o fato consumado e os diálogos foram cessados.

Nenhum comentário:

Postar um comentário