Dados divulgados ontem pelo Ministério da Saúde mostram que entre os anos de 2010 e 2011 (primeiro ano de funcionamento do programa Rede Cegonha) os números de mortes maternas no Rio Grande do Norte subiram, ao contrário dos dados gerais do Brasil, que registram queda recorde de 21%.
Segundo a vice-presidente da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia
do RN, Maria do Carmo Lopes de Melo, em 2010 foram registrados 35 óbitos
por cada 100 mil nascidos vivos, quando no ano seguinte houve aumento
para 65/100 mil. Ela atribui este aumento no Estado ao maior controle de
investigação dos casos.
Apesar desse maior controle apontado pela Sogorn, Maria do Carmo
afirma que os municípios devem aderir ao programa Rede Cegonha para
receber incentivos do Estado.
As Prefeituras tiveram até o último dia 5 de maio para apresentarem
projetos mostrando a destinação que iriam dar aos recursos para combater
o problema.
No Rio Grande do Norte apenas dois municípios – Tenente Laurentino
Cruz e Santana do Seridó – tiveram seus projetos aprovados e receberam
os recursos. No Brasil, 59 municípios de nove Estados aderiram à Rede
Cegonha.
Nos dados gerais do Brasil verifica-se uma queda recorde nos números
de mortes maternas em 2011, segundo o Ministério da Saúde. Entre janeiro
e setembro do ano passado, foram contabilizados 1.038 óbitos
decorrentes de complicações na gravidez e no parto, o que representa
queda de 21% em comparação ao mesmo período de 2010, quando 1.317
mulheres morreram por estas causas.
A Rede Cegonha foi lançada em março de 2011 e já atende mais de 1.800
municípios do país. Destinando investimentos federais R$ 2,5 bilhões
para qualificar a assistência à mulher e ao bebê. Com pouco mais de um
ano, a iniciativa já atende 36% das gestantes no Sistema Único de Saúde
(SUS). Entre as melhorias, o avanço no acesso das mulheres às consultas
de pré-natal – em 2011, mais de 1,7 milhão de mulheres fizeram no mínimo
sete consultas pré-natais.
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