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A Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn)
anunciou nesta sexta-feira (22) que, de acordo com análise e previsão
das condições oceânicas e atmosféricas durante o mês de janeiro, as
chuvas no semiárido no Nordeste brasileiro ocorrerão numa intensidade
abaixo do normal. A realidade apresentada se dá em função da previsão de
que não haverá mudança significativa no campo da temperatura da
superfície do Oceano Atlântico.
O diagnóstico da atividade pluviométrica do Estado – aplicado para os
meses de março, abril e maio – foi resultado da IV Reunião de Análise
Climática para a região Nordeste do Brasil, que ocorreu na sede da
Emparn nestas quinta e sexta-feiras. Com a participação de
meteorologistas dos Centros Estaduais de Meteorologia, diversos órgãos
municipais, e presença da governadora Rosalba Ciarlini, a reunião
proporcionou análise das condições regionais e globais de pluviometria
nos oceanos e da atmosfera.
De acordo com o gerente do setor de meteorologia da Emparn, Gilmar
Bistrot, devido a grande variabilidade temporal de incidência de chuvas,
algumas regiões podem receber mais chuvas do que outras. “A discussão
remeteu a uma previsão de chuvas abaixo do normal, devido à condição do
Oceano Atlântico se apresentar em um padrão não favorável de chuvas. No
interior do estado do RN, a média prevista é de 700 milímetros. Nós
esperamos que neste ano esse valor não seja atingido em média, devido a
grande variabilidade temporal, prevalecendo algumas áreas que poderão
receber mais chuvas que outras”, afirmou Gilmar.
Segundo o meteorologista, a mudança climática no Atlântico Sul vem se
mantendo um “roteiro traçado” há alguns meses. “Em alguns momentos
poderá haver concentração de boas chuvas e em outros momentos uma
espécie de pouca chuva, condicionando a ocorrência de granitos, que pode
prejudicar o desenvolvimento da aquicultura”, disse Gilmar Bistrot.
“Entretanto, as condições analisadas ainda são melhores do que tivemos
no último ano”, avaliou.
“É quase impossível de existir uma mudança significativa, pois
observamos que o Atlântico Sul vem mantendo um comportamento parecido
nos últimos meses. A temperatura esquenta e esfria constantemente e a
tendência é que continue se apresentando dessa forma, como um roteiro já
traçado”, disse.
A análise e previsão das condições oceânicas e atmosféricas apontaram
que no Oceano Pacífico Equatorial há condições de neutralidade em termo
de Temperatura da Superfície do Mar (TSM). De acordo com a maioria dos
modelos de previsão apresentados pelos especialistas, a indicação é de
que persista o padrão de neutralidade na temperatura das águas nos
próximos meses.
No Oceano Atlântico Tropical Norte e próximo à costa da África,
ressalta-se a presença de anomalias positivas de Temperatura da
Superfície do Mar, com valores variando em 0,5ºC. No setor Sul do Oceano
Atlântico, as anomalias de TSM ficaram com padrão entre normal e um
pouco abaixo da média.
“É importante ressaltar que, tanto na região semiárida nordestina
como na faixa leste litorânea tem como característica a alta
variabilidade espacial e temporal nos índices pluviométricos. Com isso é
de fundamental importância o acompanhamento das previsões de tempo de
cada região e do monitoramento contínuo das condições
oceânico-atmosféricas”, afirmou Gilmar. A próxima reunião de Análise
Climática será realizada em Recife/PE, durante o mês de março.
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