sábado, 6 de abril de 2013

Chuva torrencial: Potiguares passam momentos de pânico durante vôo da Avianca com destino a Brasília

Portal JH
Aeronave não conseguiu aterrissar no aeroporto internacional de Brasília devido à chuva torrencial e sobrevoou por mais de 1 hora. Foto: Divulgação
Aeronave não conseguiu aterrissar no aeroporto internacional de Brasília devido à chuva torrencial e sobrevoou por mais de 1 hora. Foto: Divulgação

Passageiros potiguares que seguiam em um vôo da Avianca entre Natal e Brasília, na ultima quinta-feira à tarde, passaram por mais de sete horas de apreensão e medo depois que o avião não conseguiu descer no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek e foi direcionado para a base militar de Anápolis, em Goiás. Uma chuva torrencial no Distrito Federal teria impedido o pouso da aeronave, que sobrevoou a região por mais de uma hora tentando descer, sem sucesso.
Segundo o advogado Ney Lopes de Souza, que acompanhou todo o processo via telefone, foram horas de muitas angústias e até desespero em alguns momentos. “Minha filha e minha neta estavam dentro do avião e ficamos em contato permanente com elas, que estavam muito nervosas com o clima dentro da aeronave. Elas relataram que havia crianças chorando, com sede, medo”, disse.
A advogada Ana Lilian de Andrade Souza e sua filha relataram que, diante da impossibilidade de pousar em Brasília e com o risco iminente de queda, já que a aeronave estava ficando sem combustível suficiente para voar até o aeroporto de Goiânia e que, por isso, teria que arriscar descer na Base Aérea de Anápolis, o medo aumentou.
“Trocando em miúdos: se não fosse possível aterrissar em Anápolis, o avião cairia, por falta de combustível. Felizmente, ele aterrissou, mas, ao desligar os motores, a tripulação revelou aos passageiros que eles não poderiam descer, porque a base aérea não dispunha de escadas para aviões maiores, apesar de toda gentileza e desejo de ajudar que os militares demonstravam. Por isso, todos os passageiros ficaram a bordo, com risco de asfixia, em pânico e produtos de serviço de bordo no fim”, desabafou Ney Lopes.
Além da falta de escadas, os passageiros e a tripulação da Avianca enfrentaram outro dilema, provocado, dessa vez, pela impossibilidade de abastecer a aeronave, já que o combustível existente no local era para uso dos aviões da Base Aérea. O abastecimento só foi autorizado depois de mais de sete horas de agonia e a aeronave, que havia saído de Natal às 15h30 e que deveria ter chegado a Brasília às 18h30, pousou no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek depois das 23h. “Por mais que o Governo Federal anuncie medidas de proteção ao usuário de companhia aérea há muito que fazer, ainda”, disse.
Para ele, a negligência e imperícia são formas de culpa e originam responsabilidade civil e até penal. “Como um piloto sobrevoar Brasília tanto tempo, sem levar em conta que o combustível estava acabando? Como a empresa colocar quantidade de combustível que não resiste pelo menos duas horas em caso de emergência? São perguntas que, como os aviões, ficam no ar”, desabafou Ney Lopes.
O Jornal de Hoje entrou em contato com a Assessoria de Comunicação da empresa aérea Avianca, sobre o episódio ocorrido, mas até o fechamento da edição, o setor ainda não havia encaminhado nota oficial explicando o fato.

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