Por: Alex Viana
A governadora Rosalba Ciarlini (DEM) cobrou do governo
federal maior agilidade nas ações emergenciais contra a seca, ao lembrar
que existem recursos da ordem de R$ 170 milhões já aprovados no PAC da
Seca para o Rio Grande do Norte, mas esses recursos ainda não chegaram
ao Estado. A governadora também cobrou uma posição do governo federal em
relação à negociação das dívidas dos produtores, que atualmente impedem
que eles façam novos empréstimos e/ou recebam recursos.
“Na realidade, a grande cobrança dos governadores é a agilidade do
governo federal. Porque nós tivemos o PAC Seca já aprovado, que são R$
170 milhões destinados ao RN, e os recursos ainda não chegaram”, cobrou
Rosalba, ao participar nesta manhã da inauguração da Casa da Cidadania
(ver matéria à página 09).
A governadora lembrou que a presidente da República, Dilma Rousseff
(PT), prometeu, na última reunião da Superintendência de Desenvolvimento
do Nordeste (SUDENE), que 30% dos R$ 170 milhões destinados ao RN no
PAC da Seca seriam transferidos fundo a fundo para o estado, dentro de
um modelo de um fundo próprio para situações emergenciais. “Só que esses
30% ainda não chegaram”, reclamou a chefe do executivo potiguar. Quanto
à dívida rural, Rosalba disse que “é uma questão federal para a qual
nós queremos uma definição rápida”.
Rosalba tem sido criticada por opositores do seu governo como o
deputado Agnelo Alves (PDT), que disse que a gestão estadual não tem
projeto para enfrentar os efeitos da estiagem. Além disso, por conta de
problemas na gestão do Programa do Leite e também quanto à Aftosa, o
estado vem contabilizando maiores prejuízos no campo.
O ex-presidente da Federação das Indústrias, Bira Rocha, que é
criador, também se manifestou sobre a incapacidade de o governo
gerenciar a seca, afirmando que o mais importante, no momento, é
viabilizar os custos dos criadores.
ESFORÇO
Abordando o esforço do estado para amenizar a fome do rebanho,
Rosalba citou o trabalho de disponibilização do volumoso. Ela afirmou
que já foram distribuídas mais de sete mil toneladas e que o governo
está fazendo novas compras para continuar entregando a ração,
principalmente aos menores. “São coisas dessa natureza que nós
precisamos somar esforços e que o governo federal dê agilidade a que as
ações anunciadas cheguem mais rápido”.
Em relação à falta de água, Rosalba disse que o governo está
perfurando e instalando poços. “O que podemos fazer é acelerar o
processo de equipar os poços. Encontramos 1.100 poços perfurados sem
estarem equipados e já estamos com mais de 500 poços equipados ou
reaparelhados, e temos ainda 800 que já estão dentro de uma programação
para serem atendidos”.
Além disso, em parceria com as associações dos municípios, o governo,
segundo Rosalba, está disponibilizando máquinas para perfuração de
novos poços. “E estamos também numa parceria com o Exército com mais 40
poços onde o Exercito vai dar sua participação solidária na perfuração
de poços nas áreas mais secas. E também através da Petrobras, estamos
conseguindo poços que foram tamponados, onde não foi encontrado
petróleo, também para utilizar nessa assistência”.
“A chuva em 24 horas encheu todas as cisternas”
Ao fazer um balanço sobre as chuvas do fim de semana, Rosalba
Ciarlini destacou que alguns açudes chegaram a “sangrar”, o que dá certa
“segurança hídrica” ao estado. As chuvas, segundo a governadora, também
serviram para abastecer as cisternas que estavam sendo abastecidas a
carros pipa. “A chuva em 24 horas encheu todas as cisternas”.
Rosalba disse que as chuvas do fim de semana trouxeram “boas
novidades” para o Rio Grande do Norte, mas que as ações para a
convivência com a seca vão continuar. “Por maiores que sejam as ações
que estejamos empreendendo, nada substitui as bênçãos das chuvas. E este
final de semana, praticamente em todo o estado, nas regiões mais secas,
tivemos açudes sangrando. Isso nos dá uma nova esperança, mas as ações
de seca vão continuar”, disse.
Ela afirmou que o governo está trabalhando para “fazer o máximo
possível para conviver com esse clima que nós temos”. “Se tivemos chuva
esse final de semana, não significa dizer que a seca acabou. De forma
nenhuma, porque sabemos que isso pode ser só um período e que, com a
estiagem se mantendo nos próximos meses, nós precisamos dos poços que
estão sendo estruturados, perfurados, equipados, e das barragens que
estão começando a ser feitas, inclusive a barragem de Oiticica, que é um
sonho desde 1950″, completou.
Rosalba salientou que o governo está licitando diversas obras, como
barragens. “Nós estamos licitando a barragem de Umarizeiro, vamos fazer
Poços de Vara, que é uma barragem importantíssima para a região do Alto
Oeste, vamos fazer também a barragem do Alívio, em Lajes, e a barragem
Pedra Branca, em Angicos. Todas essas soluções, que já estavam
estudadas, definidas há muito tempo, e que não saíam do papel. Agora,
vão sair, graças a Deus”. Além disso, o governo também quer ampliar no
programa de adutoras. “Estamos construindo 700 quilômetros de adutoras,
mas nós queremos ampliar isso para chegar, pelo menos, a mil quilômetros
de adutoras”, afirmou.
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