Dois dias após ter sua prisão decretada, o deputado Natan Donadon 
(PMDB-RO) se entregou ontem ao superintendente do Polícia Federal (PF) 
em Brasília, Marcelo Mosele, próximo a uma parada de ônibus na Asa Sul 
da cidade. Acompanhado do advogado Nabor Bulhões, Donadon procurou 
preservar sua imagem e evitar registros da imprensa. Logo depois, a PF 
adotou os procedimentos legais para efetivar a prisão do congressista.
Natan
 Donadon, de Rondônia foi levado para o presídio da Papuda, no Distrito 
Federal. A assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça do Distrito 
Federal (TJDF) informou que ele passou pelo centro de triagem do 
complexo penitenciário (localizado a cerca de 20 quilômetros do 
Congresso Nacional), onde foi submetido a exames médicos e recebeu 
vacinas. Mais cedo, Donadon esteve na Vara de Execuções Criminais do 
TJDF, onde um juiz determinou o local da prisão.
Na quinta-feira o diretório regional do PMDB de Rondônia decidiu expulsar o deputado federal Natan Donadon da legenda. 
Condenado
 a 13 anos, quatro meses e dez dias de prisão por peculato e formação de
 quadrilha, Donadon é o primeiro deputado federal no exercício do 
mandato que irá para a cadeia após a promulgação da Constituição Federal
 de 1988. Ele foi acusado por fazer parte de um esquema que fraudou 
licitações para contratos de publicidade da Assembleia Legislativa de 
Rondônia entre 1998 e 1999. Na quarta-feira (26), o Supremo Tribunal 
Federal (STF) decretou o trânsito em julgado do processo e determinou a 
prisão do parlamentar.
O mandado de prisão foi expedido na 
quarta-feira (26) pela relatora do processo, ministra Cármen Lúcia. Ela 
determinou que a PF cumprisse a ordem. Nos últimos dois dias, agentes 
tentaram prender o deputado, que negociava sua entrega. Aeroportos e 
portos, assim como sua casa e de familiares eram monitorados. Donadon 
passou a ser considerado foragido ontem pela PF por não ter cumprido o 
acordo inicial. Mas ele resolveu se entregar. A execução da pena está a 
cargo da Vara de Execuções Penais de Brasília. Ele pode pedir 
transferência depois para um presídio em Rondônia para ficar mais 
próximo da família.
Instantes após a decisão da corte 
constitucional, a Câmara decidiu encaminhar o caso à Comissão de 
Constituição e Justiça (CCJ) para que o parlamentar apresente defesa em 
até cinco sessões. Ele deve ser comunicado formalmente hoje da abertura 
do processo de cassação. Após esse prazo, o plenário da Casa definirá se
 o mandato do parlamentar será cassado. O PMDB também se manifestou após
 a decisão do STF e decidiu expulsar o parlamentar de seus quadros.
A
 defesa do parlamentar cogita uma revisão criminal e avalia que a prisão
 do deputado não é incompatível com o exercício da atividade 
parlamentar. De acordo com o advogado Nabor Bulhões, apenas duas 
situações acabam com o mandato parlamentar: cassação e fim da 
legislatura.
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