Francisco se manifestou contra a descriminalização das drogas. Foto: Tasso Marcelo/AFP Photo |
O papa Francisco criticou duramente os traficantes ao inaugurar hoje a nova ala para recuperação de dependentes químicos do Hospital São Francisco de Assis, no Rio de Janeiro. O pontífice chamou os traficantes de %u201Cmercadores da morte%u201D.
"A chaga do tráfico de drogas, que favorece a violência e semeia dor e morte, exige da inteira sociedade um ato de coragem", acrescentou Francisco. Para ele, os traficantes seguem a lógica do poder e do dinheiro.
O líder católico também descartou a "descriminalização do consumo de drogas" e pediu coragem para a luta contra o tráfico de drogas, atividade que já matou dezenas de milhares na América Latina nos últimos anos.
"Não é deixando livre o uso das drogas, como se discute em várias partes da América Latina, que se conseguirá reduzir a propagação e a influência da dependência química", disse o primeiro papa latino-americano da história.
"É preciso enfrentar os problemas que estão na raiz de seu uso, promovendo uma maior justiça, educando os jovens nos valores que constroem a vida comum, acompanhando quem está em dificuldade e dando esperança no futuro", disse.
O presidente da Guatemala, Otto Pérez, e os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (Brasil), Vicente Fox e Ernesto Zedillo (México) e César Gaviria (Colômbia) promovem uma mudança de estratégia na guerra contra as drogas, lançada há quatro décadas pelos Estados Unidos, e defendem sua descriminalização.
O presidente do Uruguai, José Mujica, já propôs descriminalização da maconha no país, e o projeto conta com os votos necessários para a aprovação do projeto, apesar do posicionamento contrário da oposição.
O Brasil, país com maior número de católicos do mundo, é considerado o primeiro consumidor mundial de crack, com um milhão de consumidores, segundo estudo da Universidade Federal de São Paulo.
Durante a cerimônia, o pontífice abençoou a placa de inauguração da nova ala de reabilitação para dependentes químicos do hospital, administrado pelos franciscanos desde 2011. A previsão é de que o local conte com 80 leitos.
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