A presença dos manifestantes com diversas bandeiras de sindicatos e partidos políticos, bem como faixas e cartazes com frases de protestos, não intimidou a governadora Rosalba. Por volta das 13h, ela deixou a residência e seguiu para o aeroporto Augusto Severo onde embarcou para Brasília. Ela não parou para falar com os servidores.
Além das faixas, os servidores ainda levaram dois bonecos: um que representa a governadora e, de forma improvisada, confeccionaram um boneco – que lembrava um “judas” – com um macacão do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) onde colocaram o nome do titular da Sesap, Luiz Roberto Fonseca.
Os sindicalistas confirmaram que o acampamento foi necessário em virtude da falta de abertura de diálogo com as lideranças do Estado. Mesmo com o agravamento do caos na rede estadual de saúde, Luiz Roberto manteve a programação de turismo familiar. O secretário embarcou para Argentina, onde ficará dez dias de férias com a família.
De acordo com a coordenadora-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Rio Grande do Norte (Sindsaúde/RN), Simone Dutra, o acampamento não tem data para ser encerrado. “Vamos ficar até a governadora nos receber e dialogar”, colocou. Até o fechamento desta edição, os manifestantes continuavam acampados. Durante à tarde, o Sindsaúde/RN providenciou dois banheiros químicos, tendas, lanche, colchões e colchonetes para os manifestantes. Integrantes do coletivo #RevoltaDoBusão também estavam no local e foram os primeiros a providenciar uma barraca.
Para Fátima Cardoso, coordenadora-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Rio Grande do Norte (Sinte-RN), a pauta da categoria atende mais a anseios sociais que corporativos. “Esperamos que o Governo se abra ao diálogo, pois o que pedimos, principalmente, são condições de trabalho e melhorias no serviço oferecido”, declarou.
“Ocupa Cabral”
A presença dos manifestantes em frente à residência oficial da governadora Rosalba Ciarlini lembra o movimento contra o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. Intitulado “Ocupa Cabral”, manifestantes ocupam a rua Aristides Espínola, no bairro Leblon, há 23 dias. Na página oficial do movimento, no Facebook, o grupo diz que o objetivo é “ocupar para cobrar e cobramos para mudar. Mudar o Rio, não pelas nossas mãos, mas pelos diretos do povo”.
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