Mesmo com o prognóstico da meteorologia apontando para a possibilidade
do inverno este ano ficar 40% abaixo do normal, o tesoureiro da
Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Norte
(Fetarn), Manoel Cândido da Costa, diz concordar com as afirmações dos
meteorologistas de que o quadro ainda é de indefinição em relação ao
período chuvoso, entre os meses de fevereiro e maio: “A gente sabe que a
quadra invernosa no Rio Grande do Norte e na região Nordeste pode
começar até o fim de março”.
Alex RégisEstudos meteorológicos indicam a possibilidade de a estação chuvosa ser 40% abaixo do normal
Manoel Cândido afirmou que a Fetarn “não tem uma expectativa própria” como os técnicos dos estados nordestinos que estão reunidos na Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), mas acha que “não está fora do prazo para se ter alguma definição se haverá ou não inverno no Estado”.
Mas, a configurar um novo período de seca, Manoel Cândido disse que apesar das políticas sociais virem minimizando os efeitos da falta de chuva no interior, existe uma preocupação quanto a efetivação de algumas ações por parte do governo estadual, que são implementadas lentamente.
Segundo Cândido, “a renegociação das dívidas anunciadas pelo governo federal ainda no ano passado, foi efetivada, mas o governo do Estado, por exemplo, vem atuando lentamente”, como foi o caso do Garantia-Safra, que o governo só veio dar a sua contrapartida no fim do ano passado, referente ainda ao ano de 2012.
Cândido disse que, apesar disso, o agricultor continua com a esperança de haver inverno suficiente para garantir a reposição de água dos pequenos mananciais e da pastagem para o rebanho, que foi dizimado em mais de 40%.
Já a reunião do Comitê da Seca que ocorreria na tarde de ontem, a fim de avaliar o prognóstico feito na reunião da Funceme, em Fortaleza, de que há probabilidade de o inverno ser 25% acima do normal, 40% abaixo do normal e 35% dentro do normal, acabou sendo adiada para as 17h30 da próxima segunda-feira, dia 27, como habitualmente é realizada na Governadoria.
Para minimizar a falta de pastagem para o rebanho bovino, o governo anuncia que já foram entregues 240 mil sacos de torta de algodão em 17 postos de distribuição de ração para sete mil agropecuaristas do Rio Grande do Norte, a um custo de R$ 14 milhões.
A governadora Rosalba Ciarlini declarou em Tangará, na manhã de ontem, que o critério para receber a torta de algodão, é de que os beneficiários devem ser fornecedores do Programa do Leite e dos municípios inseridos no decreto de situação de emergência assinado desde abril do ano passado. Outra exigência é apresentação da declaração de vacinação do gado contra a febre aftosa.
Entre outras ações desenvolvidas para reduzir os efeitos da seca, a governadora disse em Tangará que estão sendo investidos R$ 30 milhões na ampliação da capacidade hídrica da adutora Monsenhor Expedito Medeiros, a fim de reforçar a oferta de água na região do Trairi, além da construção de 289 barragens submersas dentre as 3,7 mil que serão construídas em todo o Estado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário