quarta-feira, 26 de março de 2014

Governo renova emergência em 159 municípios do RN

Reconhecendo situação de emergência em 159 dos 167 municípios do Rio Grande do  Norte,  um município a menos em relação ao penúltimo decreto que saiu há seis meses. O prefeito de Goianinha, Geraldo Rocha Júnior (PMDB), pediu a retirada do município da lista do governo, porque voltou a chover este ano.
Emanuel AmaralLavínio Souza informa que Defesa Civil espera uma situação mais amena este ano no RNLavínio Souza informa que Defesa Civil espera uma situação mais amena este ano no RN

Assessor técnico da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), o tenente PM Lavínio  Flávio de Souza, disse que o novo decreto é importante “para que se tenha uma segurança jurídica” para dar continuidade as ações de prevenção contra a seca, que não foram concluídas, como a construção da adutora de engate rápido para atender a população de Pau dos Ferros.

Souza disse que a Cedec está se preparando “até para uma situação mais amena” por causa das últimas chuvas no Estado, mas ele afirma que continua a necessidade de atender a população, porque os mananciais não estão recuperados “e às vezes com água imprópria para o consumo, tem de estar com uma carga muito boa para serem recuperados”.

Afora isso, o tenente Souza disse que o decreto não afasta o pedido feito pela Cedec à Secretaria Nacional da Defesa Civil para que a o Exército assuma a “Operação Pipa” que hoje é efetuada pela Defesa Civil estadual em 23 municípios. Segundo ele, ate outubro de 2003, a Cedec atendia 25, mas cinco municípios já foram repassados para o Estado.

Para assinar o decreto de nº 24.209 datado do dia 15 deste mês, mas só  publicado na edição de ontem do “Diário Oficial do Estado” (D.O.E), a governadora Rosalba Ciarlini levou em conta o fato de que os principais reservatórios de água estão com 25% a 30% de sua capacidade hídrica de armazenamento, segundo manifestação da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do  Norte (Emparn), a ponto de que 21 municípios potiguares já enfrentam colapso no sistema de abastecimento de água.

Outro fator é a previsão de que as chuvas até abril terão uma variação de “normal” e “abaixo da normalidade”, com possibilidade de ocorrência de chuvas dentro da normalidade num percentual de 45% ou de 30% abaixo do normal e 25% acima da normalidade.

A TRIBUNA DO NORTE tentou, mas não conseguiu falar com o prefeito Geraldo Rocha, que se encontra em Brasília batalhando a liberação de recursos para execução de obras em Goianinha. Porém, o secretário municipal de Administração, Irenaldo de Medeiros Silva, disse que Goianinha foi incluído de setembro do ano passado “quando não havia mais necessidade”, porque já terminando a validade do decreto municipal sobre a situação de emergência.

“Eu moro desde 1980 em Goianinha e nunca tinha vivenciado uma situação de seca entre janeiro e setembro, como ocorreu em 2013”, disse o secretário, para acrescentar que a situação de emergência que vigorou naquele período, tinha a finalidade de criar as condições para que os plantadores de cana de açúcar, que é a principal fonte de receita de Goianinha, pudesse negociar o atraso no pagamento dos empréstimos financeiros contraídos na rede bancária.

Irenaldo M. Silva disse que não sabia dizer se os plantadores de cana tinham chegado a algum acordo com os bancos, mas informou que agora essa preocupação, Goianinha só veio a se preocupar com a escassez de água para consumo humano em somente três comunidades – Una, Coqueiral e Alecrim -, o que foi resolvido com a perfuração de poços tubulares com o apoio da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do  Norte (Caern).

Atualmente, só oito municípios do Estado não estão em situação de emergência – Extremoz, Goianinha, Macau, Maxaranguape, Natal, Parnamirim, Rio do Fogo e São Gonçalo do Amarante.

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