A candidatura da vice-prefeita de Natal, Wilma de Faria, ao Senado 
Federal, ainda não estava confirmada até o fechamento da edição do JONAL DE HOJE dessa quinta-feira, no 
início da tarde desta quinta-feira. A presidente do PSB no Rio Grande do
 Norte tinha um encontro marcado com o presidente nacional do PSB, 
governador de Pernambuco, Eduardo Campos, pré-candidato a presidente da 
República. Informações de bastidores davam conta no final da manhã de ontem que não haveria mais o lançamento da candidatura de Wilma ao Senado
 nesta sexta-feira, ao lado do PMDB, o que não chegou a ser confirmado 
pela reportagem.
Wilma articula com o PMDB aliança política em torno da candidatura do
 deputado federal Henrique Eduardo Alves a governador, tendo a 
vice-prefeita como candidata ao Senado. O problema é que a chapa, do 
interesse de Wilma, não atende à estratégia nacional do PSB, que é o 
fortalecimento do palanque de Eduardo Campos nos estados. A aliança de 
Wilma com o PMDB, neste sentido, enfraqueceria o palanque do 
presidenciável do PSB no Rio Grande do Norte, uma vez que terá “três 
cabeças”, como definiu o presidente do PT em Natal, Juliano Siqueira, 
com apoiadores dos pré-candidatos a presidente da República, Aécio 
Neves, Dilma Rousseff e do próprio Eduardo Campos.
Para ser candidata ao Senado, Wilma conta com o apoio do diretório 
estadual do PSB, especialmente da ala liderada pela deputada federal 
Sandra Rosado, que deseja a aliança com o PMDB com vistas à eleição 
suplementar em Mossoró, marcada para o início de maio. Seguiram para 
Recife, capital de Pernambuco, na manhã de ontem, Wilma, os deputados 
estaduais Tomba Farias, Márcia Maia e Larissa Rosado, candidata a 
prefeita de Mossoró, e a deputada federal Sandra Rosado. “Minha 
expectativa é que Wilma seja senadora do Estado do RN numa composição 
com o PMDB”, afirma a deputada Larissa Rosado.
Larissa argumenta que Eduardo Campos, como presidente da República, 
caso eleito, precisará de uma bancada de senadores. Ela sustenta que a 
conjuntura estadual favorece a eleição de Wilma como senadora e assegura
 que o palanque potiguar de Eduardo Campos não será prejudicado. 
“Entendo que Eduardo Campos, como presidente da República, também 
precisa de Wilma no Senado. Não é que vamos comunicar essa decisão a 
ele. Nós vamos conversar com o partido, colocar para ele a conjuntura do
 Estado, como os outros partidos também estão posicionados, e contamos 
com compreensão de Eduardo Campos”, disse a deputada, ainda de Brasília,
 esta manhã, momentos antes de embarcar para Recife, para participar da 
reunião que selará o futuro do PSB no RN, inclusive a aliança ou não com
 o PMDB. “O palanque de Eduardo Campos no Rio Grande do Norte está 
preservado. Nós vamos fazer campanha para ele. Sabemos da capacidade 
dele para governar o Brasil, capacidade já demonstrada como governador 
de Pernambuco”.
As próprias palavras de Larissa Rosado mostram a instabilidade no que
 diz respeito à posição do PSB no Rio Grande do Norte em função da 
candidatura de Eduardo Campos. Há quem aposte que não vai mais haver o 
lançamento da candidatura de Wilma para o Senado ao lado do PMDB nesta 
sexta-feira, como amplamente divulgado pelo PMDB. Ontem pela manhã, o 
pré-candidato Henrique Alves manteve mais uma conversa com Wilma. Após o
 encontro, o presidente da Câmara divulgou nas redes sociais o 
cancelamento do lançamento da sua candidatura, que seria às 10h, no 
hotel Praia Mar, e agendando um novo horário, no caso, às 15 horas. “A 
pedido de lideranças do interior, encontro do PMDB/PSB será hoje às 15
 horas Hotel Praiamar. Agradeço desde já aos que puderem comparecer”, 
justificou Henrique no Twitter. “Muitos companheiros de outros partidos 
manifestam carinhosamente o desejo de comparecer amanhã, no Praiamar, à 
reunião do PMDB”, completou ele, excluindo o PSB como parceiro do PMDB, 
dando mais combustível para as especulações que estão gerando 
instabilidade na formação da sua chapa.
“Instabilidade”, “medo” e “desconfiança” ameaçam chapa. Vice não será anunciado
Na última segunda-feira, o deputado federal João Maia, presidente do 
PR e tido como nome certo na chapa, foi excluído da vice pela mulher de 
Henrique, a jornalista Laurita Arruda, em postagem no blog que assina. O
 fato caiu como bomba de efeito desastroso nas articulações, que já 
andavam sob o signo da “desconfiança e do medo”, conforme as palavras do
 deputado estadual Fernando Mineiro (PT), em entrevista ao Jornal de 
Hoje na quarta-feira.
Parceiro político de Henrique nos últimos anos, tipo “unha e 
cutícula”, João chegou a confirmar sua candidatura a vice-governador ao 
lado de Henrique e Wilma, com o nome da irmã, Zenaide Maia, como 
substituta dele na Câmara dos Deputados. No entanto, Henrique havia 
articulado com o prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves, e o pai deste,
 o deputado estadual Agnelo Alves, a possibilidade de o PDT indicar o 
vice. Agnelo pediu tempo até o dia 5 de abril para tentar convencer o 
prefeito de Parnamirim, Maurício Marques (PDT), renunciar a prefeitura e
 aceitar ser o vice de Henrique. Se conseguir, João Maia terá de buscar 
outro projeto para as eleições deste ano, talvez a reeleição à Câmara ou
 tentar articular outra aliança.
De todo modo, a parceria de João Maia com Henrique terá que ser 
revista. Caso não consiga convencer Maurício Marques a deixar a 
prefeitura, Carlos e Agnelo já deixaram claro que vão querer as bases de
 João Maia para a candidatura do secretário chefe do Gabinete Civil da 
Prefeitura, Sávio Hacrakdt, para deputado federal. Neste caso, a 
candidatura de Zenaide Maia terá de ser retirada, em favor de Sávio.
Nesse contexto de incertezas, inseguranças e instabilidade, tudo é 
possível acontecer com vistas às eleições deste ano. Principalmente 
quando envolve uma aliança tão ampla e com tantos interesses poderosos 
envolvidos. Em tela, não apenas a sucessão de 2014, mas, sobretudo, 
sobrevivências políticas em 2018, futuro de herdeiros políticos, dentre 
outros. Assim, não se duvida de mudanças de última hora, que venham, 
tanto favorecer, quanto desfavorecer, palanques que já estariam 
formados. A mudança de projeto de Wilma de Faria, por exemplo, teria 
impacto tanto na candidatura de Henrique quanto do vice-governador 
Robinson Faria.
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