terça-feira, 8 de abril de 2014

Cercada de mistério e muito confiante, Wilma tem ‘cartas na manga’ para ser governadora

O histórico político da ex-governadora Wilma de Faria é recheado de golpes de mestre e da sorte


SONY DSCO presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves, manteve uma conversa com o presidente do PSB, pré-candidato a presidente da República, Eduardo Campos. Na pauta, o apoio do PSB no Rio Grande do Norte a sua candidatura a governador do Estado. Teria ficado combinado que Wilma escreveria uma carta a Campos, solicitando a liberação do PSB para a aliança com o PMDB no Estado. A carta é mais um capítulo na novela em que já se transformou a possibilidade de aliança do PSB com o PMDB no Rio Grande do Norte. Bem semelhante, de resto, no caso da carta, ao episódio que culminou, em 2002, com a desistência de Wilma de compor com o PMDB e lançar-se candidata ao governo do Estado, se elegendo a primeira governadora do Estado.
Na oportunidade, uma carta de Miguel Arraes, então presidente nacional do PSB, deu discurso para que Wilma deixasse de apoiar o projeto do PMDB, para justificar a candidatura de Wilma ao governo. A carta foi encomendada por Wilma aos então pessebistas Rogério Marinho e Renato Dantas, que foram a Arraes em busca da dita missiva. Diz-se que até três versões da carta foram redigidas, até sair a de teor ideal. Com a carta de Arraes em punho, Wilma alegou “mudança de cenário”, renunciou à Prefeitura de Natal e se tornou a primeira mulher a governar o Rio Grande do Norte.
O histórico político da ex-governadora Wilma de Faria é recheado de golpes de mestre e da sorte. Certa feita, prefeita de Natal pelo PDT, deixou de apoiar a candidatura de Leonel Brizola (PDT) a presidente da República para votar no metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A postura rendeu a ela a saída do PDT, significando, de resto, a ida dela para o PSB, onde permanece até hoje.
Bem colocada nas pesquisas de opinião tanto para o Governo quanto para o Senado, Wilma tem o processo eleitoral nas mãos. Por mais que queira ser senadora, o projeto mais fácil, para ela, demonstra ser o governo. Mas, e como ficaria o “acerto” com o PMDB, que deseja apoiar Wilma para o Senado, desde que ela apoie o candidato do PMDB ao governo, no caso, o deputado Henrique Eduardo Alves?
Bom, ninguém melhor que Wilma para responder. Mas, até agora, ela não respondeu. Encena (?) conversas com a direção nacional do PSB. Há quem pense que ela apenas ganha tempo para dar as costas ao PMDB. Depois de aguardar a desistência do ministro da Previdência, Garibaldi Filho (PMDB), que seria um forte adversário dela para o governo, e do prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves (PDT), Wilma estaria esperando apenas passar a eleição suplementar de Mossoró para anunciar sua candidatura ao governo.
Argumentos para Wilma se candidatar ao governo ela tem de sobra: Não tem adversários à altura, enquanto que para o Senado ela poderá enfrentar uma parada duríssima contra Fátima Bezerra (PT); o PSB nacional poderá ter o próximo presidente da República, Eduardo Campos, o que favoreceria sobremaneira um eventual terceiro governo Wilma de Faria, com verbas e investimentos no RN; e, além do mais, a pessebista está em primeiro lugar em todas as pesquisas. A carta-resposta do PSB poderá ser, na verdade, duas cartas: uma sendo pró-aliança com o PMDB, outra, contrária a essa aliança. Qual a que Wilma utilizará?

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