segunda-feira, 21 de abril de 2014

Conselho Tutelar intensificará ações durante a Copa

Palestras e fiscalizações serão mais frequentes durante o período do Campeonato Mundial
Reprodução
Denúncias de exploração e trabalho infantis aumentam durante grandes eventos
Com o objetivo de reduzir os índices de exploração de trabalho e sexual infantis, o Conselho Tutelar de Mossoró intensificará as ações durante o período da Copa do Mundo, que será realizada durante o mês de junho.
De acordo com o conselheiro Ítalo Mikael, a intensificação dos trabalhos se faz necessária porque durante os grandes eventos na cidade, como as festas juninas e carnavalescas, o número de denúncias e constatações de trabalho e exploração infantis cresce assustadoramente.
Ele lembra que por Mossoró estar entre duas grandes capitais que sediarão os jogos da Copa - Natal e Fortaleza -, onde, durante grandes eventos apresentam altos índices de exploração infantil, as ações de combate a prática devem ser intensificadas.
O Conselho Tutelar, explica o profissional, aumentará o número de palestras educativas nas escolas e intensificará as fiscalizações. Rodovias federais, como é o caso da BR-304, postos de combustível, motéis, dentre outros são os pontos mais propícios a casos de exploração de trabalho e sexual de crianças e adolescentes. Esses pontos, garante, terão uma maior atenção dos conselheiros.
Outro serviço que será intensificado, além das palestras e fiscalizações, são as panfletagens das campanhas educativas contra a exploração infantil.
Já as palestras serão ministradas em escolas públicas municipais e estaduais, além de instituições de ensino privadas. O Conselho já realiza esse trabalho, em parceria com a Igreja Católica, mas pretende intensificá-lo durante o Mundial. “Hoje o número de casos de exploração infantil, de pedofilia, são preocupantes, tanto nas camadas mais baixas quantos nas camadas mais altas da sociedade”, explica o conselheiro.
De acordo com ele, o problema é que muitas pessoas não têm coragem de denunciar abusos a crianças e adolescentes ao Conselho Tutelar, o que dificulta as fiscalizações. “Há também casos em que não ocorre a relação sexual, mas o menor idade passa por situações de constrangimentos, como tocar nas partes íntimas, apalpar e colocar a crianças no colo”, relata Ítalo Mikael. “Se a família esconde e não denuncia casos de abuso, ela acaba por ser o maior agente violador”, acrescenta.
No caso da região Oeste, as cidades de Tibau, Grossos, Mossoró e Areia Branca são onde apresentam os maiores índices de trabalho ou exploração infantis.
De acordo com dados levantados pelo Conselho Tutelar, de 1º de janeiro a 31 de março deste ano, o número de denúncias chegou a 7, bem maior que o mesmo período do ano passado, quando os conselheiros registraram 3 denúncias. “Vale lembrar que muitos casos, infelizmente, não chegam ao conhecimento do Conselho”, finaliza.

Agentes de proteção parados

Os agentes de proteção do Poder Judiciário, que poderiam auxiliar o Conselho Tutelar na fiscalização, continuam parados.
A matéria publicada pela GAZETA DO OESTE, no mês de fevereiro, mostrou que, por falta de um veículo, os profissionais foram forçados a cruzar os braços. Na época, a coordenadora do grupo, Marileide Franco, fez um apelo a todos os órgãos públicos, que, se algum pudesse ceder um veículo para que os agentes pudessem continua os trabalhos, os agentes voltariam às atividades.
Até o momento, não houve a cessão e os agentes de proteção ao menor de idade, que realizam um trabalho voluntário, continuam parados.

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