repórteres
A
tão esperada chuva para o Rio Grande do Norte deve chegar ao final do
mês de maio, mas somente para as regiões Leste e Agreste potiguar. A
nova previsão foi anunciada ontem pela Empresa de Pesquisa Agropecuária
do RN (Emparn) durante a II Reunião de Análise e Previsão Climática para
o Leste da Região Nordeste, em Aracajú. As regiões do Alto Oeste e
Seridó potiguar, porém, veem o inverno se encerrar, no início de junho,
sem o reabastecimento dos reservatórios de água.
João Maria AlvesNova previsão é de chuvas para o litoral, o que ajuda a repor mananciais como a Lagoa do Bonfim
A
maior parte das cidades do interior do Estado enfrenta o racionamento
de água. Acari entrou, na última quarta-feira, para a lista das cidades
potiguares abastecidas por sistema de rodízio: dividida em dois setores,
com abastecimento revezado a cada 24 horas. O único manancial que
abastece a cidade, o açude Gargalheiras, está com apenas 9,8% da sua
capacidade. De acordo com o último boletim pluviométrico da Emparn,
foram registrados apenas 231 milímetros de chuva no município do início
do ano até ontem (22/05)
A Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) afirma que
a maior parte dos municípios do Alto Oeste e Seridó também está sendo
abastecida por algum tipo de sistema de rodízio, mas não soube precisar
quantos ou quais enfrentam essa situação.
Hoje, o Governo do
Estado, por meio da Secretaria de Recursos Hídricos (Semarh), se reúne
com o Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs) e Caern para
discutir alternativas para o abastecimento do Seridó. O debate acontece
em Currais Novos, cidades com abastecimento também crítico, que desde
2013 tem a água fornecida em regime 24h-48h. Cada um dos três setores
divididos pela companhia recebe água por 24 horas e tem o abastecimento
suspenso por 48 horas. Em Currais, choveu apenas 257.7 desde o começo do
ano.
De acordo com o meteorologista-chefe da Emparn, Gilmar
Bistrot, a garantia de chuvas para o Leste e Agreste potiguar é causado
pela mudança dos ventos. “O bloqueio causado pela alta pressão do
Atlântico Sul diminuiu. Ele impedia a chegada de chuvas no nordeste”,
explicou o representante. Segundo ele, essas chuvas são essenciais para a
reposição dos mananciais, como as lagoas do Bonfim e do Jiqui, que
abastecem a maior parte das adutoras do Agreste.
Volume de chuvas
A
estimativa é que as chuvas no litoral e agreste do RN tenham início no
final de maio e se estendam por até três meses. A previsão é de
precipitações “dentro da normalidade” para as duas regões: no Litoral, o
volume de chuvas fica entre 500mm e 600mm; já no Agreste, a estimativa
fica entre 200mm e 400mm.
Porém, no Alto Oeste e Seridó, onde a
pouca chuva não melhorou o nível dos mananciais, o sertanejo não pode
ter tanta esperança. A quadra chuvosa nessas regiões, que deveria ter se
iniciado em março, se encerra no começo do próximo mês. “O Seridó pode
receber alguma chuva boa, mas só se for uma frente fria, mas são
eventuais”, acrescentou Gilmar Bistrot. O meteorologista também acredita
que as chuvas do interior não foram suficientes para recarregar o
sistema hídrico, para garantir um abastecimento em longo prazo.
Números
9,8% é o percentual atualizado do volume de água no açude gargalheiras, em Acari
231 milímetros de chuva foi o volume registrado no município de Acari do início do ano até ontem (22/05)
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