Silenciosa
e ainda pouco conhecida pelas brasileiras, a clamídia é uma ameaça à
fertilidade feminina pois ela ataca o sistema reprodutor da mulher. Se
não diagnosticada a tempo, pode diminuir significativamente as chances
de engravidar naturalmente.
A
doença sexualmente transmissível é reconhecida pela Organização Mundial
da Saúde (OMS) como a principal causa evitável de infertilidade. Dados
apontam que, a cada ano, são 92 milhões de novos casos de clamídia em
todo o mundo, fora os que não são diagnosticados. Essa grande
disseminação se deve ao fato de que, na maioria dos casos, a clamídia
não apresenta sintomas aparentes ou, quando apresenta, pode ser
confundida com uma infecção urinária. Além disso, os exames ginecológicos de rotina e o papanicolau não são capazes de detectá-la, por isso, é importante que a paciente peça ao seu médico para investigar a doença.
Quais são os sintomas?
Se
a pessoa for saudável, o organismo consegue combater os primeiros
sintomas, fazendo com que a doença passe despercebida, por isso, é
preciso ficar atento aos menores sinais. “São poucos os
casos em que ela provoca febre, cansaço, sangramentos e dor durante a
relação sexual”, explica a ginecologista Maria Cecília Erthal, mãe de
Luciana e Giovanna, especialista em reprodução humana e diretora-médica
do Vida – Centro de Fertilidade da Rede D’Or.
Nos casos agudos, ela causa infecção na pélve (peritonite) e pode haver sensação de queimação ao urinar, sintoma semelhante à sistite (infecção urinária).
Nos
homens, além do incômodo ao urinar, a região acima dos testículos fica
avermelhada e sensível e pode haver secreções no pênis.
Como detectar a doença?
Na
fase aguda da doença, é possível detectar a bactéria ao colher uma
cultura direto da secreção vaginal da mulher ou da secreção uretral do
homem. Se o casal faz sexo anal, a cultura pode ser recolhida também do
reto.
Se a doença não estiver na fase aguda, há exames específicos de sangue pra detectá-la.
Como tratar
A clamídia pode ser tratada e curada com antibióticos recomendados por um médico.
O quadro de infertilidade é irreversível?
Todo
o processo infeccioso da clamídia pode obstruir as trompas ou evitar
que o óculo fecundado chegue ao útero, causando uma gravidez tubária,
que pode resultar no rompimento das trompas e iniciar uma hemorragia
interna. “Esse é o quadro emergencial e uma intervenção
cirúrgica se torna necessária. Na maioria dos casos a trompa acometida é
retirada”, afirma a dra. Maria Cecília.
Nos
homens, a clamídia causa inflamação nos testículos, o que leva à
diminuição da produção dos espermatozóides, na quantidade e na qualidade
deles.
Nos
casos em que a progressão da doença não possibilita mais o tratamento
com medicamentos, a única alternativa para as mulheres que desejam
engravidar é recorrer aos procedimentos de reprodução humana. “Com as
trompas obstruídas, a alternativa da medicina é a fertilização in vitro. O processo consiste em retirar os óvulos, fecundá-los em laboratório e transferir o embrião para o útero”, esclarece a médica.
Como se prevenir?
Para prevenir a doença, a única forma é usar preservativos em todas as relações sexuais.
Consultoria: Maria
Cecília Erthal é ginecologista, especialista em reprodução humana e
diretora-médica do Vida – Centro de Fertilidade da Rede D’Or.
Nenhum comentário:
Postar um comentário