Produtores rurais estão comprando saco de 60 quilos de milho ao custo de R$ 39,90
Após a queda do subsídio do milho do Programa Venda em Balcão, do
Governo Federal, os produtores rurais do Rio Grande do Norte passaram a
comprar o milho mais caro do Nordeste: R$ 39,90 o saco de 60 quilos,
contra os R$ 32,85 pagos pelos produtores do Ceará, estado que fica mais
distante dos centros produtores.
A elevação do valor, que no ano passado era de R$ 22,00 a saca devido
o subsídio em função da seca, fizeram os produtores potiguares recuarem
na busca pelo milho da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Com
exceção do armazém de Currais Novos, que não tem o grão, o estoque
distribuído nos demais quatro armazéns da companhia hoje no Estado é de
2.400 toneladas.
O presidente da Federação da Agricultura do RN, José Álvares Vieira,
reclamou da situação e criticou a discriminação do Ministério da
Agricultura com o Estado. “Queremos saber por que o Ceará tem um milho
mais barato do que o RN, já que enfrenta, e tudo indica que continuará
enfrentando, um quadro de falta de chuvas”, afirmou.
A queda do subsídio do milho elevou o preço do produto em cerca de
72% no Rio Grande do Norte. Em matéria já publicada pelo O JORNAL DE
HOJE, o superintendente da Conab no RN, João Maria Lúcio, explicou que a
suspensão do subsídio decorreu do fim prazo da Portaria Ministerial (nº
710 de 17 de julho de 2014), com prazo expirado no último dia 31 de
dezembro, que oferecia não apenas o preço mais baixo para os pequenos e
médios produtores, mas a garantia do milho para o Nordeste durante o
período da seca.
Segundo especificava a Portaria, os beneficiários do Programa Venda
em Balcão eram os criadores de pequeno porte de aves, suínos, bovinos,
caprinos e ovinos, situados e com atividade nos municípios atingidos
pela seca, localizados na área de atuação da Sudene (Superintendência do
Desenvolvimento do Nordeste).
O fim do subsídio afeta todo o Estado do Rio Grande do Norte, tendo
em vista os cursos de produção que já vinham sendo impostos para aqueles
que se beneficiavam do programa do governo federal. Aproximadamente 37
mil produtores potiguares, entre pequenos e médios, estavam inscritos no
programa.
Diante da situação, João Maria Lúcio estimou uma retração nas vendas
nos balcões da Companhia. “O aumento do preço pegou muitos produtores de
surpresa. Todos estão reclamando que o preço da saca aumentou
consideravelmente. Com o fim do prazo da portaria, fomos orientados a
vender a saca conforme preço de mercado e não temos o que fazer para
evitar isso. Certamente as vendas irão cair nos próximos dias, se não
houver uma nova portaria mantendo o subsídio”, comentou o
superintendente da Conab ao JH.
Nenhum comentário:
Postar um comentário