Dinorá Simas confirmou a ligação da rebelião com o Primeiro Comando da Capital (PCC), organização criminosa que surgiu em São Paulo. Ela lamentou que os detentos tenham seguido esse caminho
Por Allan Darlyson
Funcionária pública de carreira há 13 anos, a diretora da
Penitenciária Estadual de Alcaçuz, Dinorá Simas, vem sendo ameaçada
pelos presos que estão em rebelião no local (confira no vídeo abaixo da
matéria). Apesar de ter um comportamento gentil com os detentos, ela foi
escolhida por eles como bode expiatório, na explicação que deram para
motivo do motim, que começou há sete dias e culminou com a destruição
das celas, na segunda-feira (17).
Dinorá entrou para os quadros da Secretaria Estadual de Justiça e
Cidadania (Sejuc) em 2002, aprovada no primeiro concurso de agentes
penitenciários realizados no Rio Grande do Norte. Com o passar dos anos,
se destacou na área e trabalhou em diversas penitenciárias do estado,
como a da Ribeira e a extinta João Chaves. Em seguida, assumiu a direção
do presídio de Alcaçuz.
Apesar das ameaças, a diretora disse que não vai se intimidar. Ela
está, neste momento, trabalhando normalmente no presídio que dirige.
Dinorá informou que a situação está calma e externou o desejo que tem de
acabar logo com essa crise. “As ameaças geram problema. Mas estou
tranquila. Espero que tudo se resolva logo”, afirmou.
Simas disse não entender o motivo das ameaças a ela, por sempre ter
adotado uma conduta de respeito aos presos. “Eu sempre tratei todos bem
aqui. Chamo cada um de senhor. Preocupo-me com a saúde deles. Não sou
nenhum obstáculo para os detentos. Faço o que posso para atendê-los. No
entanto, não aceito a entrada de materiais ilícitos. Nunca aceitarei”,
enfatizou.
A diretora da penitenciária confirmou a ligação da rebelião com o
Primeiro Comando da Capital (PCC), organização criminosa que surgiu em
São Paulo. Ela lamentou que os detentos tenham seguido esse caminho. “O
meu desejo é para que eles se recuperem. Que possam mudar, melhorar,
voltar para as suas famílias e levar uma vida digna quando saírem,
trabalhando ou estudando, seguindo novos rumos”, declarou.
Embora esteja tranquila, Dinorá teme pela segurança da família. Ela
destacou que pediu proteção à Secretaria Estadual de Segurança Pública
(Sesed) para sua família. “Eu tenho uma filha pequena. Temo por ela.
Essas ameaças preocupam nesse sentido. Mas a Secretaria de Segurança já
garantiu que dará proteção. Enquanto isso, continuo trabalhando”,
finalizou.
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