Funcionária da penitenciária onde Ana Jatoba está presa diz ter ouvido dela que sogro a mandou simular acidente
Uma funcionária da penitenciária feminina de Tremembé,
onde está presa Anna Jatoba por matar a enteada Isabella Nardoni, diz
ter ouvido de Anna que seu padrasto, Antônio Nardoni, pai de Alexandre
Nardoni, este preso pelo mesmo crime, participou do assassinato como
mandante. As informações são do programa Fantástico.
Em entrevista, a testemunha relatou a conversa que teve
com a madrasta de Isabella: “Eu cheguei a indagá-la, quem fez isso? Quem
cometeu isso? Ela falou assim, que tinha sido à mando de alguém. Mas
que alguém. Ela falou assim, daquele velho. Falei que velho, foi o seu
sogro?” relatou a funcionário, que afirmou ter ela começado a chorar com
um movimento de cabeça afirmativo em resposta ao último questionamento.
Outra testemunha, também agente penitenciária do
Tremembé, já havia contado ao Fantástico, no ano passado, versão
parecida. A madrasta teria se irritado com Isabella, batido nela e
achado que a havia matado, quando a menina tinha apenas desmaiado. A
testemunha disse que foi então que Ana ligou para o sogro: “Falou para o
sogro que matou a menina e ele falou: ‘Simula um acidente, senão vocês
vão ser presos’. Aí, tiveram a ideia de jogar a menina pela janela. Que o
Alexandre só jogou a filha, porque acreditava que ela estivesse morta e
que ele entrou em choque depois que ele jogou, acreditando que estava
morta. Desceu e a menina estava viva”, contou a testemunha.
De acordo com o relato da funcionária divulgado hoje, o
telefonema aconteceu ainda quando os três – Isabella, Alexandre e Ana –
estavam dentro do carro onde ocorreu a agressão.
O departamento de homicídios começou a investigar as
versões e entrevistou oito funcionários do Tremembé. As duas testemunhas
confirmaram a versão e as outras seis disseram não saber de nada. A
investigação irá continuar, mas a polícia tem cautela por saber que a
nova versão pode ter sido contada por Ana para reabrir o caso ou até
para diminuir sua pena.
O advogado do casal afirmou que não comentaria os
relatos a pedido de Antônio Nardone, que hoje cuida dos dois filhos de
Ana e Alexandre. Quando da primeira entrevista de uma funcionária,
Antônio negou envolvimento no crime.
O caso Isabella
A menina Isabella Nardoni, 5 anos, foi jogada do sexto
andar e encontrada ferida no jardim do prédio onde moravam o pai,
Alexandre Nardoni, e a madrasta, Anna Carolina Jatobá, em São Paulo, no
dia 29 de março de 2008. Socorrida, ela não resistiu aos ferimentos e
morreu. Em depoimento, o pai da criança disse que o prédio foi assaltado
e a menina, jogada por um dos bandidos, que cortou a tela de proteção
da janela.
A versão do casal, no entanto, não foi sustentada pela
perícia e, em 3 de abril do mesmo ano, o casal foi preso pelo
assassinato da criança. Segundo o Ministério Público, Anna Carolina
agrediu Isabella ainda dentro do carro e asfixiou a menina no
apartamento. Achando que Isabella estava morta, o pai cortou a rede de
proteção e jogou a filha do sexto andar. Alexandre e a mulher sempre
negaram as acusações.
O caso foi levado a julgamento quase dois anos após a
morte. Na primeira hora do dia 27 de março de 2010, após cinco dias de
júri, o juiz Maurício Fossen, da 2ª Vara do Júri do Fórum de Santana,
condenou Nardoni a 31 anos, um mês e dez dias de prisão por homicídio
triplamente qualificado: por meio cruel, sem chance de defesa da vítima e
para garantir ocultação de crime anterior. Já Anna Carolina Jatobá foi
condenada a 26 anos e oito meses de prisão. Os dois foram condenados
também a oito meses de prisão em regime semiaberto por fraude
processual.
Em maio de 2011, a 4ª Câmara de Direito Criminal do
Tribunal de Justiça de São Paulo analisou recurso do casal contra o
julgamento e reduziu a pena de Nardoni em 10 meses e 20 dias. Com a
decisão, sua pena passou para 30 anos e dois meses de prisão. A sentença
de Anna Carolina foi mantida. Eles cumprem pena em presídios de
Tremembé (SP).
Fonte: Terra
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