Henrique chegou a ser citado como suposto beneficiário de propina durante o período eleitoral do ano passado
O lobista e delator da Lava Jato Júlio Camargo teria repassado R$
767.500,00 para o assessor do ex-deputado federal Henrique Eduardo Alves
(PMDB), José Geraldo Fonseca.
A informação consta da quebra de sigilo bancário da empresa Piemonte,
uma das duas utilizadas por Camargo para repassar propinas no esquema
de corrupção na Petrobras, revelado pela Lava Jato.
O documento mostra que o delator, o mesmo que disse à Justiça ter
sido pressionado pelo presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) a
pagar propina no valor de US$ 5 milhões, também teria repassado dinheiro
para o então assessor do atual ministro do Turismo.
Laudo pericial da Polícia Federal, de nº 1342/2015, apresenta, entre
os destinatários de propina dos desvios de recursos da Petrobras, José
Geraldo Fonseca, apadrinhado político do ex-presidente da Câmara dos
Deputados.
Laudo pericial da PF acima: nome de José Geraldo Fonseca aparece
entre os que teriam recebido propina da empresa Piemonte, do lobista e
delator da Lava Jato, Júlio Camargo
O nome de José Geraldo consta do laudo (no centro do documento) da PF
numa lista com outros nomes que, segundo a PF, receberam propina
advindas de contratos com a Petrobras. Ele teria recebido a quantia de
R$ R$ 767.500,00.
Na época que Henrique presidiu a Câmara (2013-2014), José Geraldo
chegou a ser lotado no Gabinete da Presidência, no cargo de Assessor
Técnico de Gabinete, com contracheque de R$ 11,1 mil. (conforme também
pode ser conferido abaixo).
Henrique chegou a ser citado como suposto beneficiário de propina
durante o período eleitoral do ano passado, mas terminou ficando fora da
lista de denunciados do procurador-geral da República Rodrigo Janot.
Entre os denunciados pelo Ministério Público Federal, e que estão
sendo investigados, estão o sucessor de Henrique na Presidência da Casa,
Eduardo Cunha, e o atual presidente do Senado, Renan Calheiros.
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