Marcos Dantas:Para quem não gosta de calor e sofre com os termômetros — inclusive
nestes últimos dias —, um aviso: vai piorar. O Met Office, instituto de
meteorologia do Reino Unido, divulgou ontem a previsão de que 2016
desbancará 2015 como o ano mais quente desde o início dos registros, em
1880. A previsão é que a temperatura média global será 1,14 grau Celsius
acima da observada antes da Revolução Industrial, aumentando o desafio
de restringir o avanço dos termômetros a menos de 1,5 grau Celsius, como
determina o Acordo de Paris, assinado semana passada na Conferência do
Clima (COP-21).
Segundo o instituto, há apenas 5% de chances de a temperatura média
no mundo em 2016 ser inferior à de 2015. Dois fatores explicam a
quentura do ano que vem: o aquecimento global — já que a emissão de
poluentes ainda é ascendente — e o fenômeno El Niño. O episódio atual é o
maior desde 1998 e está atingindo seu pico neste momento, mas seus
efeitos levarão alguns meses para se espalhar pelo planeta.
— O El Niño começou em setembro de 2015 e pode durar até outubro de
2016 — alerta Tasso Azevedo, coordenador do Sistema de Estimativa de
Emissões de Gases de Efeito Estufa do Observatório do Clima. — Vivemos
anos consecutivos batendo recordes de temperatura: 2014 foi o ano mais
quente; depois, 2015. Podemos ter entrado em um ponto em que os eventos
extremos não vão desacelerar.
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