A Sethas enviou no apagar das luzes de 2015 um comunicado a população
e às empresas que detém os contratos de operacionalizações dos
restaurantes populares informando da interrupção do programa
imediatamente.
A Sethas informa que está seguindo orientação do Ministério Público
Estadual para tomar a medida de suspender todo o programa e pedir o
fechamento de todos os restaurantes, mesmo aqueles que os proprietários
foram isentos pela justiça de terem participado de ação que visava
vencer o processo licitatório cancelado devido à operação do MP
deflagrada no dia 18/12/2015 durante a licitação de onze restaurantes.
Que o MP tem que combater o mal feito em licitações e contratos com
dinheiro público, isso é fato e tem que ser aplaudido, o que o MP não
pode é querer a demissão dos empregados nas unidades dos restaurantes
populares. Segundo informações da própria Sethas, hoje os restaurantes
populares empregam 900 pessoas.
Que a Sethas tem que escutar o Ministério Público, não existe dúvida
em relação a isso. O que a Sethas deveria ter levado em consideração
seriam as famílias penalizadas com o desemprego e com a população que
vai deixar de contar com um importante programa social, já que os mais
humildes com apenas R$ 1.00 se alimentam diariamente.
O Ministério Público Federal e o Juiz Sérgio Moro, tem sido
aplaudidos em todos os cantos e recantos, justamente por estarem
combatendo a corrupção e os desvios, indiciando e condenando gestores,
mas sem prejudicar as empresas, sem causar desemprego e sem prejudicar
obras importantes que estão em andamento.
Mesmo informando que vai fazer um novo processo licitatório, que
diga-se de passagem, é recomendável, mas nessas dimensões não saem antes
de 100 dias, como ficam os empregados? Os fornecedores?
Será que a Sethas e o MP não pensaram em colocar um interventor no
programa e nas unidades, mantendo as empresas funcionando, cumprindo com
suas obrigações com fornecedores, com os tributos e preservando os
postos de trabalho até ficar esclarecido que tem culpa ou não tem numa
“possível” associação para se combinar preços para uma licitação?
A Sethas poderia ter evitado esse “presente” de fim de ano aos muitos
pais de família que irão para a rua, e o MP poderia ter pensando numa
intervenção ou em outro procedimento que não afetasse a continuidade do
serviço e o desemprego.
Diariamente serão 19000 pessoas atingidas que almoçavam nos restaurantes populares espalhados pelo RN.
Não custa lembrar, por aproximadamente 250 postos de trabalho, o RN
praticamente todo se uniu para manter a AMBEV nas terras de Poti nos
últimos dias.
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