Foi publicada nesta sexta-feira (4) a resolução da Assembleia
Legislativa do Rio Grande do Norte que extingue 692 cargos comissionados
e funções gratificadas do legislativo estadual. O G1 teve acesso com exclusividade à resolução 032/2016 ainda na quinta-feira (3).
O documento revoga uma autorização de 2012 da própria Assembleia que
prevê a subdivisão em três de cada cargo de agente legislativo. A
Assembleia Legislativa potiguar passa por polêmica após a revelação do
alto número de cargos comissionados, o que foi possível com a
implementação Portal da Transparência.
De acordo com a resolução, serão extintos 345 cargos em comissão de
agentes legislativos e 979 funções gratificadas de atividades de níveis
básico, médio e superior, totalizando 1.324 cargos e funções
gratificadas. No entanto, a resolução também transforma parte dos cargos
e funções extintos em 632 novos cargos, reduzindo as extinções para 692
cargos.
A normatização estabelece que em consequência da redução de despesas
motivada pelas extinções de cargos e funções, fica transformada e
mantida a remuneração atualmente em vigor para os cargos de igual nível e
denominação, nos cargos de provimento em comissão constantes do Anexo
da resolução, onde estão previstos 632 cargos distribuídos como Assessor
de Gabinete Legislativo (240), Auxiliar de Gabinete Legislativo (192) e
Assessor Administrativo (200).
O presidente da Assembleia, deputado Ezequiel Ferreira, disse que a
Casa já estava pensando em extinguir os cargos antes mesmo de toda a
repercussão. "A medida reduz os cargos em quase 700, conforme
pronunciamento que fizemos no início da semana conforme e no
Planejamento Estratégico aprovado em fevereiro de 2015, avançando em
etapas de modernização, buscando a eficiência e a funcionalidade de
ações e processos, com a maior e redobrada atenção à transparência",
falou o parlamentar.
De acordo com os dados do Portal da Transparência, a Assembleia
Legislativa do RN possuá, antes das exonerações, 3.181 servidores.
Destes, apenas 552 eram efetivos, sendo 173 aposentados ou pensionistas.
Outros 51 eram funcionários cedidos de outros órgãos e os demais 2.592
(o equivalente a 81,4%) são funcionários indicados pela Mesa Diretora ou
pelos próprios parlamentares.
A resolução não impede, porém, que os deputados mantenham servidores
trabalhando nos municípios de atuação política do parlamentar ou em
escritórios de apoio. No entanto, as despesas com estes escritórios
poderão ser custeadas apenas por meio de verba de indenização de
despesas do exercício do mandato de cada deputado, limitadas pelo mesmo
valor estabelecido atualmente.
Crescimento no número de cargos
Somente entre os anos de 2011 e 2015, durante a gestão do deputado Ricardo Motta, foram criados 1.712 cargos de confiança. A partir do início deste ano, já com a presidência de Ezequiel Ferreira, foram 44, o que dá um total de 1.756 comissionados – número que representa um aumento de 86% no total de funcionários ativos. Enquanto isso, os cargos de provimento efetivo e os de livre nomeação e exoneração já totalizam 379 e 2.592 servidores, respectivamente, o que significa que para cada cargo efetivo existem hoje sete cargos em comissão.
Somente entre os anos de 2011 e 2015, durante a gestão do deputado Ricardo Motta, foram criados 1.712 cargos de confiança. A partir do início deste ano, já com a presidência de Ezequiel Ferreira, foram 44, o que dá um total de 1.756 comissionados – número que representa um aumento de 86% no total de funcionários ativos. Enquanto isso, os cargos de provimento efetivo e os de livre nomeação e exoneração já totalizam 379 e 2.592 servidores, respectivamente, o que significa que para cada cargo efetivo existem hoje sete cargos em comissão.
O MP já investiga 22 pessoas suspeitas de serem "funcionários fantasmas" da Assembleia Legislativa potiguar.
E também já instaurou um novo procedimento administrativo para apurar a
constitucionalidade das leis e normas que criaram os cargos na AL. A portaria que determina a investigação foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) desta quarta-feira (2).
No início do mês, manifestantes se fantasiaram de 'fantasmas' e protestaram em frente ao prédio da Assembleia, em Natal.
Manifestos também se multiplicam pelas redes sociais, todos em razão da
quantidade dos servidores ativos e comissionados revelados pelo novo
Portal da Transparência da AL.
'Fantasmas' protestaram contra o alto número de cargos comissionados na Assembleia (Foto: Erick Dias)
OAB
Na nota, a OAB informou que vai acompanhar as investigações do Tribunal de Contas do Estado sobre o número de funcionários da Assembleia e que vai exigir que o Legislativo potiguar apresente os dados referentes às denúncias, "além de provocar a Casa no sentido de que sejam chamados os eventuais 'funcionários fantasmas' para que devolvam aos cofres públicos os valores recebidos sem trabalhar", esclarece a nota.
Governador
Nesta quinta (3), em entrevista à Inter TV Cabugi, o governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, disse que a filha dele, a bacharel em Direito Janine Faria, deveria refletir sobre o cargo que ocupa no gabinete do deputado estadual José Dias e deixar a Casa, tudo para evitar um desgaste em razão de toda a polêmica em torno do alto número de cargos comissionados na Assembleia Legislativa potiguar. “Eu acho que, se depender da vontade do pai, eu acho que ela deve entregar o cargo e sair. Não por ter cometido algum erro, ou pecado, ou algum ato ilegal, mas para ela ter paz”, disse Robinson.
Robinson e a filha viraram alvos de críticas após o Portal da Transparência da AL
ter revelado, em fevereiro, que mais de 81% dos funcionários da Casa
são indicados pela Mesa Diretora ou pelos próprios parlamentares.
Segundo o Portal, Janine ocupa a função de secretária de gabinete
parlamentar e recebeu R$ 3.507,07 de salário base em janeiro. No mesmo
mês, ela também foi gratificada com R$ 6.924,59 provenientes de outras
vantagens. Com o desconto de R$ 1.478,85, o resultado foi o pagamento
líquido de R$ 8.952,81.
G1RN
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