sábado, 9 de abril de 2016

Marília Mendonça e o bonde das mulheres no sertanejo

As mulheres têm mostrado cada vez mais força no cenário da música sertaneja nacional. Nomes como Marília Mendonça, Maiara e Maraísa, Paula Mattos representam a nova geração do ritmo e se unem a veteranas como Paula Fernandes e, antes dela Roberta Miranda, para engrossar o caldo de um gênero dominado pelos homens.

 Você pode não ter ouvido falar de Marília, mas certamente conhece, pelo menos, uma das composições dela. A goiana começou nos bastidores, assinando as faixas Cuida bem dela e Até você voltar, de Henrique e Juliano, É com ela que eu estou, de Cristiano Araújo, Calma, de Jorge e Mateus. Marília ficou entre os 10 compositores que mais arrecadaram com direitos autorais nas rádios em 2015, segundo o Ecad. Por estratégia dos empresários – o mesmo escritório que cuida da carreira de Henrique e Juliano -, a ideia era consolidar primeiro o nome e, aos poucos, apresentá-la ao público.

Com repertório do DVD Marília Mendonça ao vivo – disponível no YouTube e Spotify –, ela cumpre agenda de shows no Nordeste e já recebe o carinho do público. Uma das canções, Sentimento louco (12 milhões de views no YouTube), sobre uma mulher apaixonada por um homem casado, foi alvo de críticas. “Mas também recebi muitos elogios por ser uma letra com a qual as pessoas se identificam. Não me importo”, disse. Seu canal no YouTube já ultrapassa 125 milhões de visualizações e quase meio milhão de inscritos.

A voz potente e a personalidade forte constroem a imagem que chama a atenção por onde Marília passa. Ela chegou a ser chamada de “Adele do sertanejo”, pelo teor melancólico das letras, semelhantes às da inglesa. “Com o meu jeito, quero mostrar que a personalidade de uma mulher não interfere na sua sensibilidade e no jeito feminino”.

Apesar da pouca idade, a artista nascida em Goiânia começou a compor aos 13 anos. Para o show em Gravatá, ela destaca Como faz com ela, Alô porteiro e Impasse, além das composições próprias Infiel, O que falta em você sou eu, Hoje somos só metade e Sentimento louco. “Cantamos músicas diretas, que falam de vida real, de bebida, de uma mulher independente e forte. Estamos chegando e queremos ficar”.

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