Cunha anunciou para esta terça-feira (21) uma entrevista coletiva onde, possivelmente, poderá anunciar renuncia do mandato
O deputado Laerte Bessa (PR-DF), um dos mais fervorosos defensores de
Eduardo Cunha deu um aviso ao aliado: “Eu já falei para ele que não
terá chance no plenário. Fiz uma pesquisa informal entre os seus aliados
e ele não terá os votos necessários para impedir a cassação. Muitos são
candidatos a prefeito, muitos tem problemas nos seus redutos
eleitorais. Ele não terá saída.”
Em entrevista às reporteres Maria Lima e Isabel Braga, veiculada pelo
Globo, Bessa contou que visitou Cunha na semana passada. Estava
acompanhado do colega Carlos Marun (PMDB-MS), outro soldado de Cunha. Os
dois sugeriram que ele renunciasse à presidência da Câmara. E o
interlocutor, sempre refratário à ideia, já não soou tão categórico.
“Eu e o Marun estivemos com ele na última quinta-feira e pedimos que
ele renuncie. A decisão do Conselho de Ética é soberana, irreversível.
Não tem mais como ir contra no plenário. O Cunha já admite a hipótese de
renunciar, mas acha que ainda não está na hora.”
Cunha anunciou para esta terça-feira (21) uma entrevista coletiva.
Embora o deputado tenha negado a intenção de renunciar, Bessa ainda não
descartou essa hipótese. “Ele nos disse que estava aguardando o momento
certo. Achava que ainda não era a hora. Mas acho que chegou a hora. Ele
perdeu. Paciência. Agora, tem que enfrentar. Acho muito difícil que ele
não anuncie a renúncia amanhã (terça-feira).”
Bessa disse que os aliados protegeram Cunha enquanto foi possível.
“Nós o defendemos no Conselho de Ética até o final da denúncia de que
havia mentido sobre as contas no exterior. Só que as acusações
aumentaram muito e sua situação ficou irreversível. Por isso estamos
pedindo que ele renuncie à presidência, é o melhor para o país. Nesse
impasse as coisas na Câmara estão andando a passo de tartaruga. Ele tem
que renunciar em favor do Brasil.”
Do que Cunha tem medo? “Não digo que ele tenha medo”, respondeu Lerte
Bessa. “Já sofreu muitas perdas, está ameaçado de ser preso. Quer achar
uma porta de saída para que possa pelo menos respirar.
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