Dinheiro, carros de luxo, helicóptero,
armas e uma lancha. Esse foi o balanço final da Operação Turbulência
deflagrado nesta terça-feira, 21, pela Polícia Federal (PF) no Estado de
Pernambuco, como parte de um esquema milionário de desvio de recursos
públicos em obras da transposição do São Francisco e da Refinaria Abreu e
Lima.
Conforme levantamento apresentado nesta
quarta-feira, 22, a PF apreendeu dois helicópteros, uma lancha e oito
carros importados. Na ação, também foram apreendidos dois revólveres
calibre 22, um revólver calibre 38 e espingarda calibre 12. Todo o
material, informou a PF, passará por uma perícia técnica.
Além dos bens de luxo e do armamento,
foram apreendidos celulares e documentos, material no qual a PF pretende
encontrar informações que apontem para o envolvimento de outras
pessoas, o que levaria ao desdobramento das investigações.
As apreensões fazem parte de 60 mandados
judiciais, entre eles cinco de prisão e 22 de condução coercitiva.
Outros 33 foram de busca e apreensão.
A Operação teve como principal objetivo
desmantelar um esquema criminoso de empresas fantasmas que teria
desviado aproximadamente R$ 600 milhões. Parte do esquema de lavagem
teria abastecido o caixa 2 da campanha à reeleição de Eduardo Campos
(PSB) ao governo de Pernambuco, em 2010, e também a campanha
presidencial dele, falecido após queda de avião em plena disputa
eleitoral em agosto de 2014.
Investigações da PF apontam ainda que os
empresários presos durante a ação (João Lyra de Mello Filho, Apolo
Santana Vieira, Paulo Sérgio de Barros, Eduardo Bezerra Leite e Arthur
Lapa Rosal) recebiam dinheiro por supostos serviços nas obras do São
Francisco e na Refinaria Abreu e Lima e repassavam para políticos do
Estado.
Paulo Sérgio continua foragido. Os demais foram presos e os advogados não se pronunciaram.
Defesa
O presidente do PSB, Carlos Siqueira,
afirmou ontem não ter conhecimento de empresas de fachada supostamente
usadas para comprar a aeronave utilizada por Eduardo Campos em 2014,
empresas que estariam também envolvidas em caixa dois para a campanha de
Campos ao governo de Pernambuco em 2010. “Não posso entrar em maiores
detalhes porque só posso falar do que sei. Acredito na retidão de
Eduardo”, afirmou.
Em nota oficial do partido, assinada por
Siqueira, o dirigente informa “ter plena confiança na conduta do nosso
querido e saudoso Eduardo Campos, ex-presidente e ex-governador de
Pernambuco”. O partido diz ainda apoiar as investigações. “Ao final, não
restarão quaisquer dúvidas de que a campanha de Eduardo Campos não
cometeu nenhum ato ilícito”, frisa a nota.
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