Agentes da Delegacia Regional de Santa Cruz, município da região
Agreste potiguar, prenderam nesta sexta-feira (16) um homem suspeito de
ter matado com um tiro a própria companheira, a dona de casa Eleika
Talia Venâncio Soares, de 19 anos. A jovem foi morta dentro de casa,
crime ocorrido no último domingo (11) na cidade de Jaçanã, que fica na mesma região.
Segundo a polícia, Ricardo Tomé dos Santos, mais conhecido como 'Nego',
de 31 anos, admite ter feito o disparo, mas alega que o tiro foi
acidental. Apesar do argumento, ele será indiciado por homicídio
qualificado com os agravantes de feminicídio (quando uma pessoa é morta
pela condição de ser do sexo feminino) e impossibilidade de defesa da
vítima.
Titular da Delegacia Regional de Santa Cruz, Silva Júnior falou sobre o caso. Ele disse ao G1
que o suspeito foi detido em cumprimento a um mandado de prisão
preventiva expedido pela Justiça. "Dois dias depois da morte da mulher
ele foi à delegacia acompanhado de um advogado e se apresentou. Como não
havia mais o flagrante, tive que liberá-lo. Então eu pedi à Justiça a
prisão preventiva. Quando o mandado foi expedido, fomos atrás dele e
demos voz de prisão. Ricardo foi preso no Sítio Flores, distrito de
Jaçanã. O encontramos na casa dos pais tomando cerveja", afirmou o
delegado.
Ainda de acordo com o delegado, Ricardo Tomé não soube dizer onde está a
arma que ele usou. "Ele disse que fugiu e que o revólver ficou dentro
de casa. Fizemos buscas, mas não encontramos nada. No dia do acontecido,
ele disse que estava bebendo na residência de amigos e que foi em casa
para buscar a mulher, e que acabou havendo uma discussão. Então a mulher
teria tentado pegar o revólver que ele carregava na cintura, ocasião em
que a arma disparou. Pelo menos essa é a versão que ele conta", afirmou
Silva Júnior. "Eleika morreu sentada. O tiro foi transfixante. Pegou no
pescoço e saiu pela cabeça", acrescentou Silva Júnior.
O delegado ressalta, no entanto, depoimentos que indicam que o suspeito
já teria planejado o crime. "Testemunhas disseram que, antes mesmo de
chegar em casa, o Ricardo mostrou que estava armado e, apontando para o
revólver, disse: quero que ela venha brigar comigo. Olha aqui o que eu
tenho pra ela".
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