O governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, admitiu a
possibilidade de fechar o presídio de Alcaçuz, onde mais de 26 pessoas
foram mortas em um motim que já dura seis dias. Faria disse ainda que a
penitenciária tem uma “história maldita”.
“Estamos com a construção de dois novos presídios, um terceiro virá
com dinheiro do presidente Temer, que ele enviou, do Fundo
Penitenciário. Se tiver uma condição de que com esses três novos
presídios, nós possamos suprimir e apagar apagar a história maldita de
Alcaçuz, nós iremos acabar com Alcaçuz”, disse o Faria, após se reunir
com o ministro da Defesa, Raul Jungmann.
O governador ainda chamou de “equívoco” a construção da penitenciária em área de dunas, onde presos podem enterrar objetos.
“Foi um grande equívoco na época construir um presídio em cima de uma
duna. Acho muito melhor fazer um deslocamento [da penitenciária], ali
hoje é uma área turística, tem muitas casas no entorno, tem lagoa, tem
praia. Não cabe mais um presídio. Tem que levar para muito mais
distante, isolada”, disse ele.
Faria afirmou ainda que neste sábado (22) o governo começará a
construir um muro no presídio para separar as duas facções, Sindicato do
Crime e Primeiro Comando da Capital, que se enfrentam há quase uma
semana.
Até domingo (22), 1.846 homens do Exército estarão nas ruas de Natal
fazendo policiamento –nesta sexta, já havia 650 deles. “Vamos proteger
os principais pontos estratégicos, como hospitais e aeroportos, e com
isso garantir a normalidade”, disse ele.
Uma série de ônibus foi incendiada na cidade na quarta-feira (18).
Segundo Faria, a polícia já prendeu 16 suspeitos, que são ligados a
facções criminosas, segundo ele.
“Não tivemos nenhum policial ferido ou morto, não tivemos nenhuma
baixa de inocente, de pessoas nada a ver com o crime. Não tivemos
reféns. Ou seja, foi meramente uma briga entre duas facções muito
violentas”, afirmou.
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