O Instituto Técnico e Científico de Perícia (ITEP) passa, desde o ano
passado, por uma lotação em suas câmaras frias e pátio, as quais estão
ocupadas por cadáveres não identificados. Tal problema é causado pela
negligência das prefeituras, que são obrigadas pela Constituição a
recolher e sepultar os corpos sem identificação, mas não o fazem
frequentemente. A situação não só é problemática por si só, mas também
causa reclamações de mau cheiro por parte da população.
O Itep conta hoje com 45 câmaras frias para conservação dos corpos,
destas 34 estão ocupadas por cadáveres não identificados. Desses 34, 21
são de Natal e 17 estão no instituto desde 2016. A prefeitura afirmou
que 30 vagas estavam disponíveis nos cemitérios para sepultamento desses
corpos, mas, até o momento, somente 9 foram efetivamente liberadas.
Além dos corpos, o instituto aloja outras 40 ossadas. Dois dos cadáveres
são de Alcaçuz.
No Diário Oficial desta quinta-feira (02), o Itep publicou uma
portaria que prevê a oficialização das prefeituras para o recolhimento e
enterro dos corpos e, se no período de até 10 dias, elas não o fizerem,
o Itep pode acionar judicialmente essas prefeituras junto à
Procuradoria Geral do Estado.
Além de Natal, existem três cadáveres dos municípios de Parnamirim e
São José de Mipibu. Os municípios de Tibau do Sul, Extremoz, Galinhos,
João Câmara, Ceará-Mirim, Macaíba e São Gonçalo tem um cadáver cada.
Todos sofreram de morte violenta.
Para as ossadas, o Instituto pretende ampliar o ossário do cemitério
Bom Pastor II, essa ação depende somente da autorização da prefeitura de
Natal. A prefeitura então só teria que entrar com a mão de obra, já que
os recursos e material seriam pagos pelo Itep.
O instituto faz também o trabalho de translado dos corpos para os
cemitérios, ato que, de acordo com seu diretor geral, Marcos Brandão,
não é obrigação. Brandão afirmou que “o que puder fazer para suprir as
necessidades, a gente faz, o que não podemos é cavar buraco e ter
cemitério, isso é competência constitucional dos municípios”.
Reforma
O Itep irá investir R$ 472 mil em reformas e ampliação da estrutura
do instituto, sendo R$ 289 para a construção de um laboratório – o qual
será localizado na Degepol – e o restante para a reforma de um prédio
concedido por 20 anos ao Itep, localizado também na Ribeira, em frente
ao instituto.
A previsão é que a Ordem de Serviço seja dada ainda neste primeiro
semestre e que até o fim do ano as obras estejam prontas. Os serviços
que são oferecidos pelo Itep na Central do Cidadão do Alecrim também vão
se deslocar para o novo prédio, assim que a obra for concluída.
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