A noite do dia 21 de fevereiro de 2017
entrará para a história do radialismo comunitário no Brasil. Além da
exaltação feita por diversos parlamentares, as Rádios Comunitárias
foram, enfim, incluídas na Medida Provisória 747, que antes, anistiava
apenas emissoras comerciais em relação a perda dos prazos para renovação
de outorgas. Foi uma vitória não só deste sistema de comunicação, mas
também das comunidades mais humildes de todos os recantos do Brasil. A
voz do povo venceu mais uma vez. O relatório agora, segue para o Senado.
De acordo com o coordenador executivo da
Abraço Nacional (Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária),
Geremias dos Santos, a vitória fortalece bastante o movimento, pois foi
construída com muita organização e mobilização em todo o país. “Desde
quando nós tomamos conhecimento desta MP que não incluía as rádios
comunitárias em outubro de 2016, nós começamos a mobilizar as Abraços
estaduais e as rádios comunitárias para uma Assembleia Geral, que
aconteceu em novembro. Traçamos então um plano de luta para inserir as
rádios comunitárias nesta medida. Dessa assembleia solicitamos uma
audiência pública através do senador Cidinho Santos (PR/MT), que se
sensibilizou com as reivindicações e atendeu ao nosso pedido”, conta o
dirigente.
Através da Audiência Pública que ocorreu
no dia 6 de dezembro de 2016, a Abraço Nacional teve o direito de
defender a inclusão das quase 5 mil Rádios Comunitárias nos benefícios
da MP 747. Após a audiência e o recesso, a mobilização continuou em
fevereiro, com a presença de radialistas e dirigentes da Abraço de todo o
país em Brasília, para tentar salvar o funcionamento de quase 1.300
rádios comunitárias que perigavam perder suas outorgas e
consequentemente fecharem as portas. Mas em um acordo com os demais
parlamentares, o relator Nilson Leitão (PSDB) incluiu as rádios
comunitárias no relatório para votação, que deu resultado favorável às
emissoras do povo. “Esperamos agora, que as bases do governo respeitem
as decisões apresentadas na Câmara dos Deputados, não vetando os artigos
que beneficiem as rádios comunitárias. Até porque 1288 emissoras
representam também a mesma quantidade de municípios, que têm como seus
principais meios de comunicação, suas respectivas rádios comunitárias”,
analisa Geremias dos Santos.
Atualmente, segundo a Abraço Nacional,
73% dos municípios brasileiros tem população de 1.000 até 20.000
habitantes. Todavia, nestas pequenas cidades, as rádios comerciais não
tem interesse algum em montar suas emissoras. “Quem faz todo o trabalho
de prestação de serviços nestas comunidades são as rádios comunitárias.
Portanto, não é justo, que depois de conquistarmos quase 5 mil rádios em
funcionamento, o governo queira vetar artigos que garanta a permanência
destas emissoras. Temos outras revindicações importantes ainda.
Queremos discutir em breve, a questão da sobrevivência financeira, o
aumento da potência , mais frequência de canais para os municípios, o
direito de formar redes para discutir os problemas dos municípios, dos
estados e do Brasil”, ressalta o representante da Abraço Nacional.
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