“Eu me sinto sem chão. Queria chorar pra ver se aliviava tudo o que eu
estou sentindo, mas não consigo”, desabafou Tâmara dos Santos, viúva do
sargento da Polícia Militar Antônio Cândido dos Santos. A entrevista à Inter TV Cabugi foi logo após o crime. A mulher ouviu os disparos que atingiram o marido dela.
O sargento Cândido tinha 37 anos. Destes, 14 dedicados à corporação. Ele
e a mulher foram ao hospital como acompanhantes do pai do sargento, que
precisava fazer um exame. O policial deixou os dois dentro do hospital e
saiu para estacionar o carro em um outro lugar.
Segundo a PM, Cândido não reagiu ao assalto, mas foi baleado mesmo assim. A arma do PM foi levada pelos criminosos.
“Escutei lá da recepção e eu falei: gente, são tiros, são tiros. Quando
eu percebi, era o meu esposo. Tinha um homem atirando nele. Ele estava
caído no chão e ele ficou atirando, atirando. E ele saiu correndo, e eu
vim até aqui, e meu esposo no chão, suspirando. Ai, meu Deus! E ele
morreu. O Samu veio, mas ele já tinha morrido”, relatou Tâmara.
Antônio Cândido foi o 10º PM morto este ano no Rio Grande do Norte. Ele
era lotado no Pelotão da PM em Santana do Matos, mas morava em Caicó,
de onde viajou para acompanhar o pai ao hospital. “A gente foi visitar a
praia com meu pai, visitamos uns familiares. Estava todo mundo muito
feliz”, contou a irmã, Neves Moreira.
“A gente está assim, arrasada. Eu creio que Deus está levando ele
porque está precisando mais dele do que a gente, porque ele era um
filho, um irmão maravilhoso, era o xodó de todo mundo da família”, disse
a irmã à reportagem.
Além da mulher, Cândido deixa um filho de 4 anos.
G1RN
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