O empresário Fred Queiroz, que foi titular das pastas de Turismo e
Obras da Prefeitura de Natal durante a gestão de Carlos Eduardo Alves
(PDT), teria sonegado impostos de notas fiscais frias emitidas pela sua
empresa – a Prátika Locações – para a campanha de Henrique Eduardo Alves
(PMDB) ao Governo do Estado, em 2014.
Segundo informações
divulgadas pelo jornal Folha de S. Paulo e pelo Blog do BG, o
ex-secretário teria feito a revelação durante depoimento a procuradores
estaduais e federais que atuam na Operação Manus, que levou Fred e
Henrique para a prisão no último dia 6 de junho.
De acordo com a
denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal, a empresa de Fred,
a Prátika, emitiu diversas “notas frias” por supostos serviços
prestados durante a campanha do peemedebista a governador. Segundo as
investigações, o pagamento desses serviços teve origem em recursos de
propina pagos por empreiteiras que teriam obtido vantagem por meio da
ação do ex-ministro. Essa verba, por sua vez, teria serviço para, entre
outros fins, compra de apoios políticos e de votos durante a campanha.
Em
sua delação, Fred Queiroz teria confirmado aos investigadores que
emitiu as notas frias e que sequer pagou os valores dos impostos de
todas os documentos faturados. Segundo ele, isso não foi feito porque
até hoje a Prátika aguarda o cumprimento da promessa de Henrique, que
teria firmado acordo informal para arcar com os valores tributários.
Tanto
Henrique quanto Fred foram acusados pelo MPF pelos crimes de corrupção
passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Preso no dia 6, o
ex-secretário municipal acabou solto menos de um mês depois. Nem os
advogados nem o Ministério Público Federal confirmaram até agora se a
soltura de Fred foi uma das benesses propiciadas por um eventual acordo
de colaboração premiada. Informações extraoficiais, contudo, garantem
que a libertação do empresário fez parte do acordo.
Ao todo, a
Operação Manus cumpriu 33 mandados, sendo cinco de prisão preventiva
(sem prazo), seis de condução coercitiva e 22 de busca e apreensão nas
cidades de Natal, Mossoró e Parnamirim, no Rio Grande do Norte, e
Curitiba, no Paraná. Nomes conhecidos no Rio Grande do Norte foram alvos
da operação, como o jornalista Cassiano Arruda Câmara e seu filho
Arturo Arruda Câmara, dono e diretor da agência de publicidade
Art&C.
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