O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado recebeu nessa
quinta-feira (13) um pedido para que
seja reconsiderada a denúncia
contra as seis senadoras que ocuparam a Mesa do Plenário durante a
sessão em que foi votada a reforma trabalhista (PLC 38/2017). O
documento é assinado pelas senadoras denunciadas e apoiado por outros 21
senadores.
As senadoras Ângela Portela (PDT-RR), Fátima Bezerra
(PT-RN), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Lídice da Mata (PSB-BA), Regina Sousa
(PT-PI) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) são os alvos da denúncia. O
pedido de reconsideração foi juntado à documentação da denúncia, que já
foi aceita pelo presidente do Conselho de Ética, senador João Alberto
Souza (PMDB-MA), e já pode ser analisada pelo plenário do órgão.
No
pedido, as senadoras argumentam que a denúncia foi originalmente
apresentada como uma representação, modalidade que poderia ser ajuizada
apenas pela Mesa ou por um partido político – o autor da peça foi o
senador José Medeiros (PSD-MT), com apoio de 14 colegas. Apenas durante o
processo, argumentam as senadoras, é que a tipificação do documento
mudou para denúncia – que pode ser apresentada por um único senador.
Elas também alegam que não há individualização de condutas na denúncia, o que deveria acarretar a nulidade do processo.
Quanto
ao mérito, as senadoras argumentam que ocupar lugares à Mesa do
Plenário é uma conduta corriqueira e legítima aos parlamentares e não
deveria ser enquadrada como quebra de decoro parlamentar. Elas também
observam que o presidente do Senado, Eunício Oliveira, não foi impedido
de exercer suas prerrogativas, uma vez que usou um microfone para
suspender a sessão e, posteriormente, para reiniciar os trabalhos.
Além
disso, as senadoras acusadas lembram que, em 2009, o então senador
Arthur Virgílio (PSDB-AM) ocupou a cadeira da Presidência para
reivindicar a leitura de um requerimento de criação de comissão
parlamentar de inquérito (CPI). Na ocasião, ele não foi denunciado ao
Conselho de Ética, o que demonstra, na opinião das senadoras, que essa
ação é “ato próprio da tática política no parlamento.
O pedido de
reconsideração é apoiado pelos senadores Armando Monteiro (PTB-PE), Ciro
Nogueira (PP-PI), Elmano Férrer (PMDB-PI), Hélio José (PMDB-DF),
Humberto Costa (PT-PE), Jader Barbalho (PMDB-PA), Jorge Viana (PT-AC),
José Pimentel (PT-CE), José Serra (PSDB-SP), Lindbergh Farias (PT-RJ),
Lúcia Vânia (PSB-GO), Omar Aziz (PSD-AM), Otto Alencar (PSD-BA), Paulo
Paim (PT-RS), Paulo Rocha (PT-PA), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Reguffe
(sem partido-DF), Roberto Requião (PMDB-PR), Telmário Mota (PTB-RR),
Vicentinho Alves (PR-TO), Wellington Fagundes (PR-MT).
Ciro Nogueira e Elmano Férrer também foram signatários da denúncia contra as seis senadoras.
Fonte: Senado Federal
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