Na
 manhã da segunda-feira 28 de agosto representantes da Secretária de 
Saúde do Estado do RN,  Ministério Público, e funcionários junto de 
diretores do Sindsaúde se reuniram para esclarecer os efeitos da TAC 138
 sobre o Hospital de Angicos. Na ocasião, representantes da SESAP e do 
Ministério Público confirmaram a municipalização da unidade, que terá 
sua estrutura física cedida para administração da Prefeitura de Angicos.
 Os funcionários da unidade devem ser transferidos para o Hospital de 
Assú. A medida levará à desativação dos serviços hospitalares em 
Angicos, tais como pronto-socorro, urgência e emergência.
O 
Governo alega que o Hospital tem baixa resolutividade, e que o reduzido 
número de internamentos não justifica a manutenção do Hospital. Neste 
sentido, a SESAP defende que a unidade passe a funcionar como Unidade 
Básica de Saúde, sob administração da Prefeitura de Angicos. “A municipalização já deveria ter ocorrido há muito tempo” – afirmou Iara Pinheiro, promotora de justiça do Ministério Público do RN.
Ao
 abrirem a fala para os demais presentes, o coordenador regional do 
Sindsaúde, João Morais, perguntou como era possível cobrar alto número 
de internamentos de um Hospital que vinha sofrendo com a carência de 
escalas médicas, de medicamentos, e com uma infraestrutura que estava 
prestes ao desabar desde o ano passado. No mesmo sentido, a secretária 
de saúde de Angicos, Nataly Felipe, utilizou uma metáfora para 
questionar à representante do MP: “Dra. Iara, se você me chama para 
limpar sua casa, e ao mesmo tempo não me fornece nem vassoura, nem rodo,
 nem material de limpeza – como você quer que eu limpe? Nós servidores 
da saúde estamos querendo limpar a casa” – falou, referindo-se à 
responsabilidade do Governo do Estado pela atual situação do Hospital de
 Angicos.
Cerca de mil pessoas protestaram pelas ruas de contra o fechamento do Hospital de Angicos na sexta-feira 14/07.
 À época, o governo do Estado afirmava que não fecharia qualquer 
unidade, e o prefeito de Angicos, Deusdete Gomes (PSDB), garantiu que 
não deixaria a unidade fechar. Ao serem questionados sobre a 
possibilidade de promover consórcio de cogestão entre governo do Estado e
 Prefeitura Municipal, que permitiria a manutenção dos serviços 
hospitalares e a permanência dos servidores estaduais, os representantes
 da SESAP assinalaram que seria pouco provável, destacando que os 
trabalhadores teriam perdas salariais.
O 
Sindsaúde Mossoró repudia o acordão entre o Governo do Estado e 
Ministério Público visando o fechamento de serviços hospitalares no 
interior do Rio Grande do Norte. Trata-se de um nivelamento por baixo, 
em que o Governo do Estado prefere a solução pela negativa –  fechar 
unidades e redistribuir funcionários – do que promover mais 
investimentos: um concurso público que supra o déficit estadual de 
servidores, e forneça insumos, equipamentos e medicamentos faltantes. 
Esta é a expressão da Lei do Teto de Gastos (ex-PEC 55/241),
 aprovada no ano de 2016, que institui o ajuste fiscal permanente, 
impedindo investimento em políticas públicas de saúde, educação, etc. 
pelos próximos 20 (vinte anos). Enquanto tal política econômica não se 
tornar objeto de discussão pela sociedade civil, a população seguirá 
sofrendo com mais cortes e sucateamento de serviços públicos.  
Defendemos nenhum hospital a menos, bem como nenhum serviço a menos, e 
estaremos resistindo até o fim contra a política de desmonte da saúde 
pública no Estado do Rio Grande do Norte.
Fonte: Sindsaúde/RN
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