G1RN: O maior reservatório do Rio Grande do Norte, que agora no início de 208 entrou no chamado volume morto,
continua secando.
Medição feita na sexta-feira (12) pelo Instituto
de Gestão das Águas do Estado (Igarn) mostra que o nível de água da
barragem Engenheiro Armando Ribeiro Gonçalves baixou de 11,74% para
11,5% – o menor desde sua construção, em 1983.
Nesta semana, o técnico em produção de petróleo Bruno Andrade foi até a
cidade de Itajá, onde ficam a parede e as comportas da barragem, e com
um drone fez imagens aéreas da Armando Ribeiro.
Segundo o Igarn, se não voltar a chover logo, a barragem só manterá o
fornecimento de água pelos próximos 30 ou 45 dias. Messias Targino e
Patu, dois dos 40 municípios que dependem da Armando Ribeiro, entrara em colapson na quarta-feira dia (10).
Atualmente, 16 cidades não possuem água nas torneiras e estão sendo
totalmente abastecidas por meio de carros-pipa. Com isso, a Companhia de
Águas e Esgotos do RN (Caern) suspendeu a cobrança das contas.
Armando Ribeiro
Maior reservatório do Rio Grande do Norte e o segundo do Nordeste, a
barragem Engenheiro Armando Ribeiro Gonçalves tem sua parede e suas
comportas localizadas na cidade de Itajá, no Vale do Açu. A capacidade é
para 2,4 bilhões de metros cúbicos de água.
Estava com 286,3 milhões de metros cúbicos no relatório do dia 28 de
dezembro do ano passado, o que representava 11,93% do volume máximo. No
dia 3 de janeiro, após nova medição, o nível baixou para 281,8 milhões,
ou seja, 11,74%. Agora, no dia 12, o nível caiu ainda mais, chegando a
275.923 milhões, o que significa 11,5% do volume máximo de
armazenamento.
Cidades em colapso
- Luís Gomes, desde outubro de 2011
- Tenente Ananias, desde agosto de 2014
- João Dias, desde novembro de 2014
- São Miguel, desde janeiro de 2015
- Pilões, desde março de 2015
- Rafael Fernandes, desde novembro de 2015
- Paraná, desde dezembro de 2015
- Francisco Dantas, desde fevereiro de 2016
- Marcelino Vieira, desde fevereiro de 2016
- Almino Afonso, desde março de 2016
- José da Penha, desde novembro de 2016
- Cruzeta, desde setembro de 2017
- Jardim do Seridó, desde outubro de 2017
- Santana do Matos, desde dezembro de 2017
- Messias Targino, desde janeiro de 2018
- Patu, desde janeiro de 2018
Seca histórica
Com seis anos seguidos de estiagem, esta é a seca mais severa de todos
os tempos no Rio Grande do Note. Os efeitos são preocupantes. Dos 167
municípios potiguares, 153 estão em situação de emergência por causa da escassez de água
– o que representa 92% do estado. Além das cidades em colapso, 82
precisaram adotar sistemas de rodízio para ter água encanada. Ao longo
destes anos, o governo estima que os prejuízos já passaram dos R$ 4
bilhões por causa da redução do rebanho e do plantio.
Volume morto
No dia 4 deste mês o Igarn anunciou que a barragem Armando Ribeiro
havia entrado em volume morto, que é o nome que se dá à reserva de água
mais profunda das represas, que fica abaixo dos canos de captação que
normalmente são usados para retirar água. Por causa disso, a vazão que
era de 5 metros cúbicos por segundo, caiu para 4,36 metros cúbicos.
“Ações de monitoramento, controle e fiscalização ainda proporcionam
manter os sistemas em operação", ressaltou o diretor-presidente do
Igarn, Josivan Cardoso. Contudo, é importante que a população faça o
consumo sustentável da água, "tanto para garantir a continuidade do
abastecimento das cidades que ainda não estão em colapso, quanto para
ajudar na recarga dos reservatórios quando as chuvas tiverem início",
acrescentou.
Esperança
As previsões para 2018 são um alento, mas não garantias. Segundo a
Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), o estado deve ter chuvas acima da média ano que vem, mas nada suficiente para encher os grandes reservatórios.
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