Policiais federais também cumpriram um mandado de busca e apreensão na sede do Ibama do município
A
Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira, 1º, a operação
denominada “Corrupião” que resultou na prisão preventiva de Armênio
Medeiros, o chefe do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de Mossoró, na região do Oeste
potiguar.
Cerca de 10 policiais federais cumpriram dois mandados expedidos pela 10a. Vara da Justiça Federal/RN, sendo um de prisão preventiva contra o acusado e, outro, de busca e apreensão, na sede do Ibama do município.
Investigações partiram de declarações dadas pelo superintendente do Ibama no RN, Clécio Antônio Ferreira dos Santos, afastado do cargo em setembro do ano passado pela Operação Kodama. Ele afirmou que um dirigente da Federação dos Pescadores do estado o informou que Armênio havia solicitado R$ 2 mil em propina a um pescador do município de Areia Branca para não aplicar uma multa ambiental de R$ 20 mil. A quantia teria sido repassada em quatro parcelas de R$ 500.
Cerca de 10 policiais federais cumpriram dois mandados expedidos pela 10a. Vara da Justiça Federal/RN, sendo um de prisão preventiva contra o acusado e, outro, de busca e apreensão, na sede do Ibama do município.
Investigações partiram de declarações dadas pelo superintendente do Ibama no RN, Clécio Antônio Ferreira dos Santos, afastado do cargo em setembro do ano passado pela Operação Kodama. Ele afirmou que um dirigente da Federação dos Pescadores do estado o informou que Armênio havia solicitado R$ 2 mil em propina a um pescador do município de Areia Branca para não aplicar uma multa ambiental de R$ 20 mil. A quantia teria sido repassada em quatro parcelas de R$ 500.
O
pescador confirmou o pagamento da propina e relatou a insistência de
Armênio Medeiros em cobrar as parcelas do acordo. Uma dessas cobranças,
aliás, teria sido feita na presença de outros três servidores do Ibama e
utilizando uma viatura oficial do instituto. Outra cobrança foi
registrada por interceptação telefônica, autorizada pela Justiça, e
ocorreu há pouco mais de uma semana.
Informações
do setor de inteligência do Ibama indicaram a presença de suspeitas
semelhantes às relatadas por Clécio Antônio Ferreira, “dando conta que o
servidor ora investigado aparentemente já praticou outros crimes da
mesma natureza”, incluindo pedidos de propina a uma empresa de material
de construção de Tibau.
Após a
Justiça quebrar o sigilo das comunicações telefônicas do suspeito, mesmo
em um curto período de interceptação, parte dos quais em meio às suas
férias, “restou constatado que Armênio Medeiros da Costa tem atuado
rotineiramente na prática de extorsão e achaques contra cidadãos, bem
como se utilizado do cargo que ocupa para auferir vantagens indevidas”.
Durante
as férias, ele iniciou negociações com um empresário para “resolver
questões relativas à licença para explorar madeira”, tendo cobrado R$
500. Prova de que o valor foi efetivamente pago é que, logo em
sequência, Armênio tentou trocar um cheque nesta exata quantia. Em outra
conversa, cobra de um homem um “compromisso” e pede para o interlocutor
“arrumar alguma coisa”, dando indícios de se tratar de outra negociação
de propina.
Para o MPF, fica
claro que, mesmo de férias, o chefe do Ibama em Mossoró “continuou
praticando atos de corrupção se valendo do cargo que ocupa, denotando
que tal comportamento é contumaz” e o parecer complementa: “Resta
clarividente que (…) utiliza seu cargo e as informações que detém acerca
de fiscalizações para obter vantagens junto a pessoas e empresas
fiscalizadas, colocando em xeque a eficiência do Ibama”.
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