Na
madrugada desta sexta-feira (18), três pessoas foram presas e outras
oito morreram em confronto com a Polícia Civil de Sergipe na Operação
Rubicão deflagrada para prender os suspeitos de envolvimento na morte do
Capitão
Manoel Oliveira, executado a tiros dentro de um veículo em uma estrada
do município de Porto da Folha (SE) no dia 4 de abril. A operação ocorre nos estados de Sergipe e Bahia.
De
acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), a ação foi
coordenada pelo Complexo de Operações Policiais Especiais (Cope), que se
baseou nas informações checadas através do número 181 e investigação
policial. Dos oito mortos, que segundo a polícia reagiram a prisão, dois
foram no Bairro Santa Maria, em Aracaju (SE), dois em Poço Redondo
(SE), um em Paulo Afonso (BA), dois em Barreiras (BA) e mais um no
município de Luíz Eduardo Magalhães (BA).
Ainda
segundo a SSP, a ação contra o comandante da Caatinga mantém relação
com um trabalho contra a pistolagem na Região Norte da Bahia e Alto
Sertão de Sergipe. “A operação aconteceu em setembro de 2017 e prendeu
um trio relacionado com o crime de pistolagem na Bahia, Sergipe e
Alagoas e tinha como foco em Pedro Alexandre, na Bahia”, diz a nota.
A
Delegada Geral da Polícia Civil, Katarina Feitoza, disse que um dos
mortos, Antônio Brás, tem relação com a morte do deputado estadual
Joaldo Barbosa, ‘Nêgo da Farmácia’, em 27 de janeiro de 2003. “Antônio
Bras é um dos participantes da quadrilha. Foram cumpridos 10 mandados de
prisão em Sergipe e Bahia. Oito desses suspeitos ousaram reagir, e como
a gente já esperava, porque são uma quadrilha altamente organizada e
armada, reagiram e entraram em confronto com os policiais”, conta.
A polícia também acredita que o grupo tenha envolvimento com as mortes do presidente da Câmara Municipal de Carira, Jailton Martins,
um vereador de Poço Redondo e um ex-prefeito do município de Pedro
Alexandre, na Bahia. "Eram pessoas muito perigosas e todas
identificadas. A operação continua e haverá desdobramentos em todo o
final de semana, possivelmente na próxima segunda-feira”, disse o
assessor de comunicação da SSP, Lucas Rosário.
A
ação contou com auxílio da Polícia da Bahia onde foram presos três
envolvidos, que vão ser conduzidos ao Complexo de Operações Policiais
Especiais (Cope), em Aracaju.
Operação Rubicão
A
SSP explicou que o nome da operação faz referência a um rio italiano
que não poderia ser atravessado pelas tropas romanas por conta de uma
lei, mas, ao ser afrontado, Júlio César decide fazê-lo e sua ação
culmina numa guerra civil. A expressão "atravessar o Rubicão" significa a
tomada de uma decisão perigosa, pensar grande, ou ainda, ultrapassar
fronteiras, defrontando-se com um caminho duvidoso e potencialmente
perigoso.
O crime
O
comandante do Pelotão da Companhia Especializada em Operações Policiais
em Área de Caatinga (Ceopac), capitão Manoel Oliveira, foi executado a tiros na noite do dia 4 de abril dentro de um veículo em uma estrada do município de Porto da Folha (SE), Alto Sertão do Estado.
Segundo
a Secretaria de Segurança Pública de Sergipe (SSP), homens armados, em
dois veículos Corolla, abordaram o oficial da PM e efetuaram vários
disparos, próximo ao local onde fica a sede da unidade da Policia
Militar.
O
capitão Oliveira tinha 42 anos e fundou o Pelotão da Caatinga em 2008.
Essa unidade da polícia atuava no alto e no Baixo Sertão do Estado
combatendo todo tipo de crime.
Fardamento
Polícia Federal analisa o material genético presente nos fardamentos da Polícia Militar de Sergipe,
encontrados às margens da rodovia entre os municípios de Feira Nova a
Graccho Cardoso, no sertão sergipano. O DNA para ajudar na identificação
de possíveis suspeitos do crime.
Segundo
a SSP, a polícia investiga se essas fardas teriam sidos usadas pelos
envolvidos na morte do capitão. O material foi analisado pela perícia da
Polícia Civil sergipana.
G1/SE
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