Montante
foi apreendido entre o início do mês, quando começou a funcionar o
Centro Integrado de Comando e Controle das Eleições Gerais, e a manhã de
hoje. Foto: Reprodução/Agência Brasil
Mais de R$ 2,7 milhões em dinheiro, bens e substâncias entorpecentes
foram apreendidos em posse de pessoas suspeitas de estarem praticando
crime eleitoral. O montante foi apreendido entre o início do mês, quando
começou a funcionar o Centro Integrado de Comando e Controle das
Eleições Gerais, e a manhã desta terça-feira (23).
Segundo o coordenador-geral de Defesa Institucional da PF, delegado
Thiago Hauptmann Borelli, só em dinheiro foram apreendidos mais de R$
1,5 milhão. A maior apreensão ocorreu em Tocantins, onde, no último dia
2, policiais militares encontraram R$ 1,2 milhão em um táxi abordado
próximo à capital, Palmas. Outros R$ 500 mil foram apreendidos em
Araguaína, também em Tocantins.
“Ainda não é possível determinar que este dinheiro seria usado para
custear campanhas eleitorais ilegalmente, mas há esta suspeita. Pode ser
lavagem de dinheiro. São casos recentes que ainda estão sendo
apurados”, declarou o delegado Borelli, informando que, desde o início
de outubro, foram instaurados mais de 2 mil inquéritos policiais para
investigar suspeitas de crimes eleitorais. As denúncias mais frequentes
dizem respeito à possível compra de votos; falsidade ideológica e boca
de urna.
Coordenado pela Polícia Federal (PF), o centro integrado funciona em
Brasília e congrega os esforços de 14 órgãos públicos federais que atuam
para coibir infrações eleitorais e assegurar o equilíbrio nas eleições.
Entre eles estão o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a Secretaria
Nacional de Segurança Pública, o Ministério da Defesa, a Agência
Brasileira de Inteligência (Abin) e outros. A forma de atuação é
semelhante à adotada durante os grandes eventos ocorridos no Brasil
entre os anos de 2013 a 2016, integrando diversas instituições públicas a
fim de reduzir o tempo de resposta em casos que exijam agilidade na
reação.
Reativação
Desativado após a conclusão do primeiro turno da eleição geral,
realizada no último dia 8, o centro integrado coordenado pela PF voltou a
operar hoje e funcionará até o próximo dia 28, quando acontece o
segundo turno.
Durante a manhã, visitaram o local o Ministro da Segurança Pública,
Raul Jungmann, e o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ogg
Fernandes. A jornalistas, Jungmann disse que a retomada das atividades
do centro contribuirá para que a PF execute o papel de polícia
judiciária eleitoral, agindo com maior rapidez para investigar e coibir
inclusive a propagação da mentiras e boatos na internet.
“Não existe anonimato nas redes sociais”, disse o ministro ao se
referir sobre as chamadas fake news, uma das ameaças que têm preocupado
autoridades e especialistas no processo eleitoral. “Muitas vezes, a
pessoa que está nas redes tem um sentimento de impunidade, achando que
não será localizado. Quero lembrar que a PF tem tecnologia, equipamento e
recursos humanos para, se necessário, localizar qualquer internauta, no
Brasil e no exterior”, acrescentou Jungmann, lembrando que há penas
para punir várias situações que possam ser criadas por meio digital com o
propósito de prejudicar o bom andamento das eleições.
“Quem cria uma notícia falsa para provocar desassossego,
intranquilidade, comoção ou atacar os poderes e autoridades da República
comete um crime. Se solicitada pela Justiça Eleitoral, a Polícia
Federal vai investigar e chegar aos responsáveis”, afirmou o ministro,
voltando a destacar a apreensão de valores como um indício da capacidade
investigativa da Polícia Federal e revelando esperar um segundo turno
tranquilo.
“Em termos de ordem pública, a tranquilidade do pleito foi
inquestionável. Em um eleitorado de 147 milhões de pessoas, tivemos
menos de 3 mil ocorrências. Isso é um sintoma da tranquilidade, da
maturidade elogiável do povo brasileiro”, concluiu Jungmann.
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