Uma
operação que mobiliza vários órgãos de saúde, a Força Aérea Brasileira
(FAB) e Polícia Militar transfere para Recife, nesta quarta-feira (3) a
menina potiguar de 7 anos que aguarda um transplante de coração há cerca
de duas semanas. De acordo com os médicos, Brunna Silveira Lopes só
está viva por causa da ajuda de aparelhos.
Após
várias horas de preparação e estabilização da paciente, durante a
manhã, a menina foi levada para a base aérea de Parnamirim, na região
metropolitana de Natal, para ser transferida UTI em uma aeronave da
Força Aérea, equipada com UTI. O avião decolou por volta das 12h55.
Na capital pernambucana, Brunninha, como a menina é conhecida, vai entrar na lista de espera por um coração como prioridade.
Apesar
de uma solicitação de urgência dos médicos, a Central Nacional de
Transplantes havia negado autorização para o transplante no Hospital Rio
Grande, onde ela estava internada, e não indicou outra unidade para
realização do procedimento no estado.
O
pedido também foi negado pela Justiça. A situação gerou um desabafo do
médico Madson Vidal que repercutiu redes sociais. “Não se deveria fazer
contas ou haver ‘burocracias’ para tentar salvar uma vida”, disse.
Após
uma mobilização de vários órgãos, a operação foi iniciada nesta quarta,
em uma parceria do hospital com várias entidades públicas como os
Serviços de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Natal e de Recife,
Central de Transplantes, Secretaria Municipal de Saúde e o Ministério da
Saúde. A Polícia Rodoviária Estadual e a Secretaria Municipal de
Mobilidade Urbana também prestaram apoio no transporte entre o hospital e
a base aérea.
Segundo
o médico Madson Vidal, Brunna nasceu com um problema chamado
“transposição das grandes artérias” e passou por um cirurgia paliativa
ainda quando bebê. A criança, que pesa 30 quilos, sempre recebeu
acompanhamento médico pela sua condição. Há 16 dias, porém, ela precisou
passar por um novo procedimento para melhorar a sua oxigenação, porque
seu tom de pele estava cada vez mais “roxo”. Neste novo procedimento, no
entanto, o coração não suportou a circulação.
Brunna,
que é paciente do Sistema Único de Saúde (SUS), sobrevive por estar
ligada a uma máquina de “oxigenação por membrana extracorpórea”,
conhecida como ECMO. Ela chegou a ser retirada dos tubos, mas não teve
resistência para ficar sequer oito horas longe dos aparelhos.
Repercussão
O
caso de Brunninha ganhou repercussão nas redes sociais após um desabafo
do médico Madson Vidal, que representa a Associação Amigos do Coração
da Criança (Amico), atendendo a crianças com cardiopatias.
“Não
se deveria fazer contas ou haver “burocracias” para tentar salvar uma
vida. Estamos com uma menina linda com seu coraçaozinho, que não
funciona mais, conectado através de tubos a uma máquina (ECMO) para que
ela não morra. Ela precisa fazer um transplante de coração para
continuar lutando para viver, mas a Central Nacional de Transplantes
negou que a equipe de transplante do @hospitalriogrande a listasse para
ser transplantada aqui em Natal, porque o credenciamento do hospital não
foi finalizado”, dizia o médico.
“Queremos
que o poder público se responsabilize pela criança autorizando o
transplante em Natal ou ofereça essa possibilidade em outro estado e
faça o transporte em UTI aérea. O sangue dela é B- (raro), e a máquina
não funciona por tempo indeterminado, e esse tempo perdido pode
determinar a impossibilidade do transplante. Vamos lutar para que
Brunninha tenha pelo menos a chance de tentar o transplante”, afirmou
Madson, que pediu que a menina se torna-se prioridade nacional para
transplante.
A postagem do médico no Instagram alcançou milhares de pessoas e tinha quase 9,3 mil curtidas até a tarde desta quarta.
G1/RN
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