O ponto mais crítico trajetória aconteceu durante a tragédia de Brumadinho em janeiro deste ano.
Membro
destacado do Corpo de Bombeiros de Santa Catarina, foi enviado à cidade
mineira para ajudar na busca de vítimas do rompimento da barragem.
Participou de missões que encontraram os corpos de 48 pessoas.
O
labrador Barney tinha uma árvore genealógica premiada. Seu avô é Ice, o
primeiro cachorro a atuar como salva-vidas no Brasil, e a avó é Malu, a
cadela com o maior número de certificações no país.
Nascido
em novembro de 2015, ele passou a morar com o soldado do Corpo de
Bombeiros catarinense Luciano Rangel em janeiro de 2016 como parte de
projeto para transformá-lo em animal de resgate.
Barney
ralava durante o dia com Rangel e depois ia para casa com ele. Dormia
no quartel apenas na companhia do tutor. No jargão, formavam um binômio.
Trabalhava
e morava em Lages, em Santa Catarina, e desfrutava da companhia da mãe
de Rangel e de duas cadelas de companhia da casa. Comilão —como costumam
ser os labradores—, Barney corria para o seu canto ao ouvir o som do
saco de ração. Gostava de socializar com humanos e de perseguir e
levantar com o focinho as roommates caninas.
Esteira e natação faziam parte da agenda com Rangel, que explica que o cão sentia prazer nas atividades.
“Trabalhamos
com reforço positivo. Ele não achava que estava fazendo academia ou que
estava em uma busca por pessoas durante o trabalho. Transformávamos em
uma brincadeira”, diz o soldado.
Barney
era incentivado nos treinos a enxergar pedaços de pano como premiações
por buscas bem-sucedidas. As roupas no varal da casa tornaram-se, então,
alvos preferenciais do cão preto.
No
dia 3, ele e Rangel estavam em um bote inflável buscando um homem
desaparecido na região de Içara, no sul de Santa Catarina, quando
decidiu pular na água, para incompreensão do tutor —ali não havia pessoa
ou corpo. A forte correnteza o levou para o fundo do rio.
“Havia
ali uma camada de lixo, comecei a tentar abrir espaço para ver se ele
subia, mas não o vi mais. Percorri as margens para tentar encontrá-lo,
acionei a equipe de mergulhadores”, diz Rangel, que agora carrega no
braço uma tatuagem com o rosto do cão.
Morreu
de afogamento aos 3 anos. Foi velado em cerimônia pública no dia 6,
quando foi homenageado pelos bombeiros com uma continência silenciosa.
Suas cinzas ficaram com Rangel.
Com informações Folhapress
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